Perdemos 97% da água que poderia ser reaproveitada
O estudo reforça que é viável reaproveitar água em escala industrial

O Banco Mundial revelou em seu relatório Scaling Water Reuse: A Tipping Point for Municipal and Industrial Use, publicado em junho, que apenas 3% da água consumida por cidades e indústrias no mundo é proveniente de reuso potável ou industrial. Isso significa que 97% da água que poderia ser reaproveitada é descartada, enquanto bilhões de pessoas enfrentam risco crescente de desabastecimento. Quase 1 bilhão de metros cúbicos de água usada é lançado diariamente sem tratamento, prejudicando ecossistemas e agravando a escassez.
O estudo aponta que investimentos entre US$ 170 bilhões e US$ 340 bilhões nos próximos 15 anos poderiam multiplicar por oito a capacidade de tratamento, elevando o reuso de 3% para 25% do abastecimento municipal até 2040. Esse avanço não só garantiria segurança hídrica, como também seria mais econômico que a dessalinização e geraria benefícios múltiplos: recuperação de água, energia, nutrientes e menor impacto ambiental.
No Brasil, a iniciativa da Aquapolo Ambiental no Polo Petroquímico do ABC, em São Paulo, é citada como referência, fornecendo água de reuso em larga escala. O estudo reforça que é viável reaproveitar água em escala industrial e que é necessário acelerar a adoção dessa prática para proteger a segurança hídrica da população.
“Não estamos falando de uma escolha para o futuro, mas de uma necessidade imediata. O estudo mostra que insistir no modelo atual é insustentável. No Brasil, já provamos que é viável reaproveitar água em escala industrial. Agora, precisamos acelerar e replicar esse modelo em larga escala, ou o custo será a própria segurança hídrica da população”, afirma Márcio José, CEO da Aquapolo Ambiental.