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Preço do trigo tem razões para subir, aponta especialista

Especialista elenca fatores positivos para essa tendência


“Cada dia mais se consolida a consolida a convicção de que os preços do mercado físico e as cotações dos mercados futuros de trigo ao redor do Mundo tem motivos de alta a médio e longo prazo. A divulgação do relatório sobre a situação de oferta e demanda mundial, pelo USDA, forneceu novos motivos de alta”. A afirmação é do analista da Consultoria Trigo e Farinhas Luiz Fernando Pacheco.

Entre os fatores positivos ele alista, em primeiro lugar, os estoques finais menores, com queda de 0,22% no mundo e 2,60% nos Estados Unidos: “Os estoques globais passam de 268,13 milhões de toneladas, para 267,53Mt, ainda assim um recorde mundial. Mas, em contrapartida, o consumo mundial subiu 0,06% e as exportações globais 0,36%”.

De acordo com ele, há ainda menos disponibilidade na América do Sul: “No ano passado, a disponibilidade de trigo do Mercosul foi de aproximadamente 25,82 milhões de toneladas, mas neste ano não deverá ultrapassar 22,5MT, uma redução de -12,86% na oferta total (e, deste total, ainda deve-se ainda descontar os trigos que perderam a qualidade panificável e serão consumidos como ração animal)”.

Pacheco salienta também que há um “aumento das exportações” europeias e argentinas ao norte da África, finalmente vencendo a Rússia em partes das licitações locais, bem como “problemas de colheita” na Argentina e na Austrália e “fundos excessivamente vendidos”, o que pode desencadear tomadas de lucros e novas ordens de compra. 

Por outro lado, ainda há fatores negativos, tais como a grande oferta mundial: “Embora haja um aumento do consumo e das exportações as estimativas de produção mundial do USDA vem crescendo a cada relatório mensal: começaram em 737,83 MT para a safra 2017/18 em maio último, sendo que a estimativa de novembro foi de 751,98MT, um acréscimo de 1,91% nos últimos 7 meses”.

Por fim, o analista da T&F alerta para o grande aumento da produção mundial de milho para 1,038 bilhão de toneladas, contra 1,032 Bt do relatório anterior, que pressionou também os preços do trigo nesta semana depois do relatório do USDA. Conclui apontando a firmeza do dólar, que tira a competitividade do trigo americano no mundo e pressiona os mercados futuros daquele país, especialmente Chicago, principal referência mundial, embora os de Kansas e Minneapolis estejam subindo.

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