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Produção de trigo é viável no Estado

A produção de trigo em Mato Grosso é viável e só depende da reativação do moinho instalado no Distrito Industrial de Cuiabá


A produção de trigo em Mato Grosso é viável e só depende da reativação do moinho instalado no Distrito Industrial de Cuiabá. Com inúmeros experimentos bem-sucedidos para o desenvolvimento da cultura, mas sem tradição na produção do grão, os produtores mato-grossenses esperam a retomada da indústria para investir na plantação do trigo com mais segurança. Afinal, para quem vender a matéria-prima no mercado regional e como escoar o produto para ser beneficiado em outras regiões se Mato Grosso não conta com uma boa logística de transporte?


Este é o principal dilema enfrentado pelos triticultores mato-grossenses e que vem emperrando o desenvolvimento da cultura do trigo no Estado.

“A verdade é que os produtores querem mesmo uma garantia em relação à comercialização do produto. Produzir para não ter a quem vender é dar um tiro no escuro”, afirma o responsável pelo Programa de Apoio à Expansão da Cultura Sustentável do Trigo em Mato Grosso (Protrigo), engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Empaer), Hortêncio Paro.

Ele já realizou inúmeros experimentos sobre o trigo em Mato Grosso e conclui que a cultura é viável no Estado. “Os ensaios realizados até agora foram altamente favoráveis e só falta mesmo o produtor deslanchar o plantio em escala comercial”.

Segundo ele, em 2007, Mato Grosso chegou a plantar 500 hectares de trigo na região de Primavera do Leste e Alto Taquari (sul do Estado), com produtividade média de 2,3 mil quilos/hectare. “É uma boa produtividade para a nossa região e acreditamos que temos condições de melhorar ainda mais o rendimento médio por hectare no Estado”, frisou Hortêncio.

Este ano novas experiências com trigo estão sendo desenvolvidas em Mato Grosso e, de acordo com o agrônomo, “todas as metas estão sendo alcançadas”.

Ele destaca a implantação de unidades de observação de trigo de sequeiro na Cooperfibra, em Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá), e na Fazenda Saturno, em Alto Taquari (479 quilômetros ao sul de Cuiabá).

Norte - Foram implantadas ainda quatro unidades demonstrativas de trigo irrigado na fazenda Tomazetti, acima de 600 metros de altitude, e nas fazendas Branca, São Francisco e Possamai, localizadas nos municípios de Lucas do Rio Verde e Sorriso, já na porção médio norte mato-grossense.

De acordo com o proprietário da Fazenda Possamai, Romário Possamai, a cultura do trigo em Mato Grosso “tem viabilidade econômica, mas depende de incentivos fiscais, principalmente em relação ao ICMS da energia”, uma vez que a propriedade trabalha no sistema de irrigação.


Presente à Reunião Ordinária da Câmara Técnica do Trigo (CTT), em Primavera do Leste (239 quilômetros ao sul de Cuiabá), o secretário de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon, lembrou que está provado através dos experimentos realizados pela Empaer que a cultura do trigo é economicamente viável no Estado e, por isso, é preciso buscar projetos sólidos para seu incentivo e cultivo.

Ele informou que o Protrigo terá orçamento em 2009 e seus projetos terão continuidade. “O governo do Estado e os municípios têm a obrigação de defender o fomento à triticultura", frisou.

Moacir Tomazetti, produtor na região sul do Estado, lamenta as dificuldades que Mato Grosso está tendo com a falta de trigo, apesar de grande produtor de grãos. “O país está necessitando de políticas públicas que incentivem a cadeia da triticultura”, disse ele.

Documento – No final do encontro em Primavera do Leste, os participantes decidiram que irão elaborar um documento sobre as potencialidades e necessidades da triticultura de Mato Grosso, a ser encaminhado à Assembléia Legislativa e ao governador Blairo Maggi, com cópia ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. 

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