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Produtores de poncã recebem ajuda de R$ 1,14 milhão para escoar produção

Esta foi a maior aquisição da Conab feita de um só produto em todo o País


O Programa de Aquisição de Alimentos – PAA – representou, neste ano, 30% da renda obtida pelos agricultores familiares de Cerro Azul, Região Metropolitana de Curitiba, com a comercialização da tangerina poncã. O programa injetou R$ 1,14 milhão na agricultura da região do Vale do Ribeira com a aquisição de 100 mil caixas da fruta, que foram distribuídas para cerca de 800 entidades assistenciais de todas as regiões do Paraná. A operação emergencial foi articulada entre Secretaria da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

Esta foi a maior aquisição da Conab feita de um só produto em todo o País. O balanço do PAA foi feito na quinta-feira (20), durante reunião realizada com os produtores e representantes de entidades beneficiárias. As operações de compra de poncã estão no fim e beneficiaram cerca de 1.300 produtores que cultivam a fruta de forma direta ou indireta na região de Cerro Azul e Doutor Ulysses, no Vale do Ribeira.

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, lançou o programa de sementes no município em parceria com a prefeitura de Cerro Azul e associações de agricultores.

A reunião aconteceu em Cerro Azul da qual participaram o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Paraná, Reni Denardi, do superintendente da Conab no Paraná, Lafayete Jacomel, do prefeito de Cerro Azul, Dalton Luiz de Moura e Costa, do vice-prefeito e secretário municipal de Agricultura de Cerro Azul, João Carlos Hilman, do secretário municipal de agricultura de Doutor Ulysses, José Dallavecchia, do chefe do núcleo regional da Seab da região de Curitiba, Eduardo Dias Donellas,do presidente da Cooperativa dos Produtores da Agricultura Familiar de Cerro Azul (Coopafi), Ademir de Jesus Coutinho, e do presidente da Cresol de Cerro Azul, Adriano Briatori.

ESCOAMENTO – O PAA foi adotado de forma emergencial no Vale do Ribeira em junho deste ano, quando os produtores enfrentaram dificuldades para escoar a produção. Uma norma sanitária do Ministério da Agricultura impediu a comercialização de poncã com ramos e folhas, o que surpreendeu os produtores. Grandes compradores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul restringiram as compras da fruta diante da nova norma sanitária.

Numa articulação rápida para evitar encalhe, Bianchini conseguiu recursos junto à Conab e a disponibilidade do órgão em atender os agricultores familiares de Cerro Azul, que dependem da safra de poncã. Sem ter para quem vender, eles estavam ameaçados de perder as frutas nos pomares.

O PAA foi encerrado e o saldo foi considerado positivo. Na avaliação de Bianchini o aprendizado que fica dessa operação emergencial é que o produtor deve se preparar para as mudanças das políticas de governo e diversificar a produção. “O PAA foi fundamental na comericalização dessa tangerina este ano, mas é importante que o produtor procure o mercado para escoar sua produção”, alertou.

Para o secretário Hilmann, o maior impacto do mecanismo foi a regulação do preço da fruta no mercado para todos os produtores. “Os pequenos produtores foram beneficiados diretamente com a compra da fruta pela Conab, e enxugar a produção ajudou o mercado e os demais produtores não incluídos”, explicou. Ele também comentou que o PAA ainda ajudou muito o pequeno produtor que não tem caminhão a retirar a produção de sua propriedade, sem custos. “Muitas vezes a logística deixa o agricultor mais desamparado”, disse.

PREÇOS – No auge da crise da tangerina poncã, entre junho e julho, o preço da caixa da fruta caiu para R$ 3,00, que significou grande prejuízo para os agricultores familiares de Cerro Azul e região. “Com o PAA, imediatamente o preço evoluiu e passou a oscilar entre R$ 5,00 e R$ 7,00 a caixa no mercado do produtor na Ceasa, situação que animou os produtores”, destacou Hilmann.

Para Denardi, do MDA, a operação foi considerada um sucesso porque no momento da crise todos os órgãos se uniram para abrir os canais de comercialização para a fruta e evitar prejuízos aos agricultores familiares que dependem da safra da poncã para manter suas famílias no campo.

Na operação, a Conab firmou convênio com a Copafi para a compra das frutas e repasse para entidades assistenciais como o Banco de Alimentos do Ceasa, Ação Social do Paraná e Mesa Brasil, que encaminhou a fruta para as instituições carentes.

Na avaliação do gerente de distribuição da Ação Social do Paraná, Claudecir de Souza Santos, projetos como esse que auxiliam os pequenos produtores e beneficiam as instituições sociais é sempre bem vinda e a entidade quer deixar uma porta aberta para outras parcerias. Segundo Santos, a Ação Social repassou a fruta, que foi entregue com excelente qualidade para outras entidades como escolas, igrejas, associações de moradores, hospitais, casas-lares e de recuperação química entre outras. Foram 216 instituições atendidas que beneficiaram 66 mil pessoas.

O Banco de Alimentos da Ceasa repassou as frutas para 500 entidades assistenciais, beneficiando 150 mil pessoas, avaliou a coordenadora Edite Terezinha da Rocha, que é assistente social da Ceasa. Segundo ela, a fruta é sempre um produto bem aceito em todas as entidades e elas estão muito satisfeitas. As frutas foram enviadas para as regiões de Maringá, Londrina, Cascavel, e Foz do Iguaçu, região metropolita de Curitiba e litoral, atendendo todo o Estado.

SEMENTES – O programa de sementes em Cerro Azul será desenvolvido em parceria entre a Secretaria, o Ministério, a Conab e a prefeitura, que prevê o repasse de sementes básicas de milho, feijão e arroz do Iapar e a multiplicação de sementes no próprio território. A Conab vai comprar as sementes multiplicadas e repassá-las aos agricultores mais pobres da região. Estes, por sua vez, terão financiamento do Pronaf pela Cresol para que tenham condições de aplicar a tecnologia e elevar a produção em suas propriedades.

Novamente, trata-se de uma operação articulada para ajudar os pequenos produtores do Vale do Ribeira a diversificar a produção em suas propriedades, com adoção de tecnologia. “Assim eles se preparam melhor para enfrentar o mercado e as mudanças nas normas sanitárias da comercialização da tangerina poncã”, disse o secretário Bianchini.

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