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Quase 20 toneladas de BHC vão ser retiradas de Mandaguaçu/PR

Agrotóxico proibido no Brasil desde 1985 vai ser destruído no estado do Rio de Janeiro


Cerca de 20 toneladas do veneno BHC vão ser retiradas de 27 propriedades rurais de Mandaguaçu (a 20 quilômetros de Maringá) para serem destruídas em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. O transporte do produto altamente tóxico que foi proibido de ser comercializado no Brasil, em 1985, vai ocorrer nesta terça-feira (18). Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o veneno já foi recolhido e está num barracão aguardando o transporte.

A retirada do BHC faz parte do cumprimento da Lei n° 16082, sancionada recentemente, que dá prazo até novembro para que os agricultores façam a autodeclaração de existência do BHC nas propriedades rurais para que o veneno seja recolhido. O termo isenta o declarante de sanções cíveis, penais ou administrativas.

Segundo o chefe regional do IAP, Paulino Mexia, o veneno está acomodado em tambores especiais e uma empresa vai transportar o produto até Belfort Roxo para ser incinerado. “Para o transporte e a destruição desse veneno é preciso uma série de licenças ambientais e determinações legais que devem ser seguidas. São poucas empresas que fazem a incineração do produto”, disse mexia.

De acordo com Mexia, a retirada do BHC em Mandaguaçu é um trabalho realizado em conjunto entre o IAP, Prefeitura e Sindicato Rural de Mandaguaçu, Ministério Público, Secretaria do Meio Ambiente e Instituto Nacional de Processamento de Embalagem de Agrotoxico (Inpev).

Histórico da retirada

O Sindicato Rural de Mandaguaçu e os produtores rurais da região se uniram para achar uma solução para a destinação final do BHC até então estocados em suas propriedades. O IAP permitiu o armazenamento temporário dos produtos no antigo galpão do IBC (Instituto Brasileiro do Café) localizado em Mandaguaçu. A Cooperativa Cocamar auxiliará no transporte desses produtos até o destino final e o Inpev ficará responsável pelo destino final (incineração a ser realizada pela empresa Haztec, localizada no Rio de Janeiro).

Funasa

No dia 7 de julho, quatro toneladas do inseticida BHC, que estava enterrado há 20 anos no solo da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Maringá, foram retiradas. Ao todo, 20 toneladas de terra contaminada misturada ao veneno foram removidas. Todo o material foi incinerado em Taboão da Serra (SP).

O BHC é um inseticida e sua sigla advém do nome inglês - Benzene Hexachloride - é um produto que combate pragas na lavoura e ao entrar em contato com a pele tem efeito cumulativo, causando danos irreverssíveis ao sistema nervoso central. A absorção pelo organismo pode ocorrer por via oral, respiratória ou simples contato com a pele. Entre os sintomas estão convulsões, dores-de-cabeça, tremores, arritmia e até óbito em casos mais graves. O BHC foi bastante usado nas lavouras de café no Paraná.

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