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Recuperação nas cotações de trigo em Chicago

Média da semana no balcão gaúcho ainda tenha se mantido baixa, em R$ 29,92/saco


As cotações do trigo em Chicago recuaram em boa parte da semana, tendo chegado a US$ 4,18/bushel no dia 01/11, porém, se recuperaram um pouco no dia 02/11 (quinta-feira) quando o primeiro mês fechou em US$ 4,26/bushel, após US$ 4,31 uma semana antes. A média de outubro ficou em US$ 4,34, contra US$ 4,36/bushel em setembro. Um ano atrás, a média de outubro 2016 havia sido de US$ 4,06/bushel.

O mercado voltou a ser pressionado pela grande oferta mundial, mesmo havendo boa demanda pelo trigo dos EUA. Pontualmente, houve preocupações com perdas de produtividade na Austrália. 

Já o Conselho Internacional de Grãos (CIG) estimou a safra global de trigo 2017/18 em 748 milhões de toneladas. O mercado espera agora o novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09/11.

As inspeções de exportação de trigo por parte dos EUA chegaram a 315.317 toneladas na semana encerrada no dia 26 de outubro, mas há inquietações quanto as condições das lavouras estadunidenses, as quais estão abaixo do esperado no momento, fato que deu sustentação ao grão no final da semana.

Enquanto isto, no Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 180,00 e US$ 190,00 na compra.
No Brasil, a colheita no Paraná chegava a 83% da área total, havendo muito produto com qualidade inferior devido aos problemas climáticos, embora nas últimas duas semanas o quadro tenha melhorado um pouco junto às lavouras que faltavam colher. No Rio Grande do Sul, diante de um clima mais seco, a colheita igualmente avançou, atingindo a 24% até o início desta semana, porém, a qualidade do grão colhido é baixa, com recuo na produtividade final. É possível que o Estado gaúcho venha a colher uma safra ainda pior do que o já calculado depois das constantes intempéries. Enfim, na Argentina a colheita atingia a 3% da área, também ali havendo possibilidades de perdas.

Neste contexto, começa a existir preocupações com a possibilidade de que a disponibilidade de trigo junto ao Mercosul venha a ser menor do que o esperado. Isso já causou um movimento dos moinhos e seus sindicatos, pressionando o governo federal para que isente, por um tempo, a aplicação da tarifa externa comum sobre o trigo importado de países de fora do bloco, caso dos EUA, Canadá e Europa. Obviamente, se isso vier a ocorrer poderá haver uma redução nos preços internos do trigo, os quais começam a melhorar neste momento diante do quadro de baixa oferta de qualidade.

De fato, embora a média da semana no balcão gaúcho ainda tenha se mantido baixa, em R$ 29,92/saco, os lotes continuaram a apresentar melhoras. Os mesmos, no Estado gaúcho, fecharam a semana entre R$ 36,00/saco, enquanto no Paraná giraram entre R$ 39,00 e R$ 39,60/saco. Santa Catarina os lotes atingiram a R$ 35,40/saco na média semanal.

O viés de alta continua neste início de novembro, ajudado igualmente pela desvalorização do Real (R$ 3,29 em alguns momentos da semana), a qual torna mais caro o trigo importado. Assim, em se confirmando a quebra importante no Brasil, e particularmente nos vizinhos do Mercosul, caso o câmbio se mantenha nestes novos patamares nas próximas semanas, o preço interno do trigo de qualidade deverá reagir.
 

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