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Região do Alto Uruguai gaúcho é modelo para citricultura

Sebrae/RS mantém projeto e promove ações em benefício da região que mais e melhor produz frutas cítricas no Rio Grande do Sul


Da ASN/RS

Aratiba - Aproximadamente 60% das frutas cítricas gaúchas originam-se da produção dos municípios da região do Alto Uruguai rio-grandense. A atividade cresce a cada ano na localidade, que é a principal do Estado em produtividade e crescimento de área. Ela fortalece a economia com uma produção média anual de 85 mil toneladas e já se tornou a principal fonte de renda entre muitos dos pequenos agricultores, hoje envolvidos com plantio, colheita e comercialização de citros.

Grande parte destes produtores vai ter uma oportunidade especial de frutificar o conhecimento e vitaminar seus pomares de laranjas, bergamotas e limões. O Sebrae no Rio Grande do Sul, através do projeto Polo de Citricultura, vai realizar, entre terça (18) até esta quinta-feira (20), três edições da iniciativa Dia de Campo Citricultura.

O Pólo de Citricultura beneficia cerca de 250 produtores de municípios como Aratiba, Mariano Moro, Severiano de Almeida e outros. Ele recebe o apoio das prefeituras municipais, do Sindicato Rural de Erechim, que responde pela atividade em toda a região, e da Emater/RS, através de seus escritórios nas três cidades e regional Erechim.

Este vai ser o primeiro Dia de Campo Citricultura dentro do projeto. A atividade vai reunir as famílias do meio rural, técnicos, especialistas e autoridades locais em uma unidade produtiva selecionada para ver demonstrações de produtos, colher informações técnicas e discutir pontos fundamentais do sistema de cultivo de citros.

Nesta edição serão visitadas, no dia 18, a propriedade de Nédio Bagatini, em Aratiba; no dia 19, a de Arlindo Suzin, em Mariano Moro; e, no dia 20 de agosto, a de Livino Carniel, em Severiano de Almeida. A ação está aberta a todos os fruticultores da região e não apenas aos beneficiados pelo projeto. A expectativa é de que uma média de 200 pessoas participem, de forma gratuita, em cada um dos três dias.

Orientação para crescer

Para o gerente regional da Emater/RS em Erechim, Lirio Antônio Zarichta, a iniciativa vai motivar os agricultores a ampliarem seus conhecimentos e também prepará-los para que invistam os recursos da propriedade adequadamente e alcancem maior rentabilidade.

“Pela força da citricultura na região, pela qualidade diferenciada dos frutos em termos de sabor e coloração, acreditamos no potencial de mercado para a fruta de mesa, em que é possível agregar mais valor. Unimos forças para desenvolver o citros e investir em novas opções para os produtores, que ainda se concentram no mercado de sucos”, destaca o gerente.

Conforme Zarichta, a citricultura, na área de abrangência da regional, ocupa mais de seis mil hectares, e a produtividade média atinge atualmente 15 toneladas/hectare. “Este valor é considerado ainda baixo, mas muitos pomares ainda estão em fase inicial de produção”, explica. Em 2008, houve incremento de mais de mil hectares e, para 2009, estima-se novos 500 hectares de área. “Mas um dos nossos desafios de agora é dobrar ou até triplicar a produção sem aumento de campo, impulsionando novas tecnologias em plantio e adubação”, revela.

Dia de Campo

Conforme o gestor da Regional Sebrae/RS Planalto e Norte, Antônio Azolin Júnior, os palestrantes serão consultores do Sebrae/RS, técnicos da Emater/RS e de cooperativas parceiras. Em cada propriedade há cinco estações programadas. As paradas prevêem momentos práticos em que serão abordados manejo do solo em pomares, controle de doenças e pragas, equipamentos e formas adequadas de pulverização, trato de podas e domínio de invasores.

Na parte final, uma técnica extensionista da Emater/RS fará palestra sobre o valor nutricional das frutas cítricas para a alimentação humana e haverá um coquetel para degustação de pratos e bebidas à base delas. Os representantes das entidades parceiras ainda farão manifestações de encerramento.

Novas técnicas

Azolin Júnior salienta que o consultor Antoninho Beton, que acompanha os agricultores no projeto, fará demonstrações e comandará o debate no item tocante à parte do preparo da terra. “A adubação verde será uma técnica importante na sua abordagem. Ela consiste em colocar entre os pomares determinadas plantas, como aveia, vinca e nabo forrageiro, que vão nutrir e conservar melhor o solo. Os citricultores podem inovar através deste aprendizado”, incentiva.

Segundo o gestor, a iniciativa é realizada também visando a estender a contribuição do Sebrae/RS e parceiros ao desenvolvimento da citricultora no Alto Uruguai. “É uma forma de beneficiarmos mais pessoas, já que o projeto em andamento não pode atingir a todos os envolvidos com a prática”, justifica. Mas Zarichta, da Emater/RS, salienta que o serviço de orientação técnica de produção por parte da entidade é destinado a todos os fruticultores da região. A entidade acompanha o crescimento da citricultura desde que foram implantados os primeiros pomares comerciais na região, nos anos 1990.

Nos três dias de campo, a realização é do Programa de citricultura do Sebrae/RS e Emater/RS, órgão de responsabilidade do Governo do Estado. Mas a iniciativa também é viabilizada através de outros agentes. Em Aratiba: Prefeitura Municipal de Aratiba, Cooperativa De Produção e Consumo Concórdia (Copérdia) e Rádio Aratiba FM.
Em Mariano Moro: Prefeitura Municipal de Mariano Moro, Associação dos Fruticultores de Mariano Moro, Copérdia e Sicredi. Em Severiano de Almeida: Prefeitura Municipal de Severiano de Almeida e Copérdia.

Alto Uruguai cítrico

O microclima favorável para a cultura encontrado na encosta do Rio Uruguai, o ambiente mais quente, com maior insolação, e a alta fertilidade do solo são elementos que transformam os citros locais em campeões de qualidade em nível nacional.

O Pólo de Citricultura objetiva ampliar a capacidade produtiva nas áreas de cultivo e fazer com que os produtores acessem novos mercados e vendam mais através da melhoria dos indicadores de quantidade e qualidade do produto.

O gestor Antônio Azolin Júnior destaca que, dentro do mesmo trabalho, cidades como Marcelino Ramos e Maximiliano de Almeida já foram contempladas e obtiveram aumento de 40% na produção anual de citros.

De acordo com ele, a citricultura envolve mais de três mil produtores no Alto Uruguai. A maioria destas propriedades é de agricultura familiar, com extensão média de 1,5 hectare e cerca de 70% de suas rendas provem dos citros. A safra concentra-se em 90% de laranjas, 8% bergamotas e 2% de limões.

O projeto conta atualmente com 250 produtores, mas tem a meta de atingir 300 até 2010 e ser ampliado ainda mais até 2012, quando deve ser concluído. Entre outros objetivos estão aumentar em 15% a produtividade por hectare, em 10% a quantidade comercializada por produtor e implantar programas de gestão financeira e Boas Práticas Agrícolas em pelo menos 50% das propriedades participantes.

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