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Resíduo da produção de etanol de milho traz ganho em gado de corte

Pesquisa apontou que o DDG é uma ótima alternativa de alimentação na atividade


Foto: Divulgação

Uma pesquisa desenvolvida por quatro anos mostrou os ganhos econômicos e de desempenho nas dietas do gado de corte com uso de DDG. O produto é o grão de milho seco por destilação no processo de fabricação do etanol e tem alto teor de proteína. O farelo já é amplamente usado nos Estados Unidos, Argentina e Paraguai e vem sendo ofertado no mercado internacional com maior quantidade devido a expansão da produção do grão e de combustível no país.

Com destaque na nutrição do gado de corte o DDG pode substituir compostos proteicos nobres que têm custo mais elevado. O levantamento foi feio pela empresa de nutrição animal Trouw Nutrition e pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) – campus Jaboticabal. “A motivação era gerar dados com o DDG brasileiro para entender melhor sua administração nas dietas tropicais e, assim, poder levar informações para o pecuarista, que sempre está atento a opções de alta performance e redução de custos. O DDG é uma fonte de proteína com oferta crescente no Brasil devido às destilarias de álcool a partir do milho”, explica João Benatti, gerente de produto para Ruminantes da Trouw Nutrition.

O relatório teve as  conclusões elaboradas  pelos membros do Grupo de Pesquisa UnespFor, do setor de Forragicultura e Pastagens, e apresentou resultados em dois períodos de criação: águas (recria) e secas (terminação).  Durante a recria (estação das águas) foi avaliada a inclusão crescente de DDG como fonte de proteína não degradável em substituição ao farelo de algodão e suplementos com diferentes aportes nutricionais com DDG em sua composição, fornecidos para bovinos de corte manejados em pastagens. “Foi possível avaliar consumo, digestibilidade total aparente, balanço de nitrogênio, eficiência de síntese de proteína microbiana, parâmetros ruminais, eficiência no ganho de peso e na utilização do nitrogênio, desempenho animal e produção de metano”, informa Benatti. Na estação seca do ano, quando ocorre a fase final da engorda dos animais, foram comparados sistemas de terminação: Confinamento Expresso e confinamento convencional.

O estudo concluiu que nenhuma restrição pode ser observada em relação ao uso do DDG na dieta de bovinos de corte. O maior impedimento verificado diz respeito ao custo do coproduto. “O pecuarista tem de levar em conta, sempre, a lei da oferta e da procura, fator fundamental para a tomada de decisão quanto ao uso ou não, pois normalmente a disponibilidade desses ingredientes oscila durante o ano, devido à sazonalidade do processo de industrialização”, destaca Benatti.

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) o Brasil precisará de 100 novas usinas de etanol até 2020 para atender à demanda interna do combustível. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a oferta de milho no Brasil é superior ao consumo interno, o que poderia torná-lo um excelente produto para etanol.
 
“Já há indústrias que utilizam o milho para produção de etanol e elas ofertam DDG ao mercado, principalmente na região Centro-Oeste. Por isso, pesquisas no país utilizando o DDG na alimentação de ruminantes são importantes. É preciso pensar na expansão deste segmento agroindustrial e no consequente aumento da oferta deste coproduto”, ressalta Benatti.
 

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