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Sementes de aveia preta são as mais utilizadas para cobertura do solo

O volume de sementes foi estimado em 8,221 milhões de toneladas, quase 75% da quantia total das espécies mais cultivadas


A soja é o carro-chefe do setor sementeiro brasileiro, pelo menos em área plantada e volume produzido. Os campos de sementes da oleaginosa somaram 2,109 milhões de hectares nas duas safras do ciclo 2017/18, cerca de 70% do total declarado no Sistema de Gestão da Fiscalização (Sigef), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O volume de sementes foi estimado em 8,221 milhões de toneladas, quase 75% da quantia total das espécies mais cultivadas.

O segundo maior resultado é obtido pela semente de milho, com área de 233,943 mil hectares e produção de 834,605 mil toneladas, no ciclo em destaque. As posições seguintes são ocupadas pelas sementes de trigo, com área de 171,384 mil hectares e estimativa de 567,556 mil toneladas, e de forrageira tropical, com área de 238,340 hectares e produção de 295,058 toneladas. O volume é estimado, porque depende das condições durante o desenvolvimento da planta e também do beneficiamento, que segue critérios definidos para garantir as características originais do insumo.

A aveia preta é a quinta semente mais produzida no País. O plantio da espécie está concentrado nos estados da região Sul. A produção chegou a 275,486 mil toneladas em 2018, superando as 230,025 mil toneladas do ano anterior, de acordo com dados do sistema do Mapa. O Estado de Santa Catarina lidera, com 166,568 mil toneladas em 2018, com acréscimo de 29,478 mil toneladas em relação ao ano anterior. O Rio Grande do Sul espera colher 81,397 mil toneladas, acima das 68,024 mil toneladas do ano anterior.

A semente de aveia preta colhida no Estado é mais utilizada como cobertura de solo para outras culturas, como a soja, destaca o engenheiro agrônomo Valmir Pavesi, secretário-executivo da Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado de Santa Catarina (AproseSC). Na safra 2019, segundo ele, a área plantada em Santa Catarina ficou semelhante à do ano anterior. A semente de aveia preta começa a ser colhida em novembro.

NA EUROPA

O primeiro lote de 24 toneladas de sementes de aveia preta foi embarcado pelo País em fevereiro de 2019. A semente convencional de aveia preta foi produzida pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e certificada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A IAPAR 61 foi importada pela França.

Esse primeiro envio teve significado importante para todo o comércio internacional de sementes a partir do Brasil. O importador vai multiplicar o material para comercializar na França.

Esta foi a primeira cultivar desenvolvida pelo Iapar, em 1993. A aveia preta pode ser cultivada tanto para alimentação animal quanto para cobertura vegetal. A planta continua sendo a preferida dos produtores porque permite oito a nove ciclos de pastejo. Amostras da semente foram enviadas para outros países europeus. Em 47 anos de história, o Iapar lançou as cultivares de aveia preta IAPAR 61 e IPR Cabocla, as duas para uso como forrageira e cobertura solo; IPR 126, IPR Esmeralda e IPR Suprema, de aveia branca forrageira; e, ainda, IPR Afrodite e IPR Artemis, destinadas à produção de grãos para alimentação humana e animal.

OUTRAS SEMENTES

O Registro Nacional de Cultivares (RNC) do Mapa somava 39.316 inscrições até julho de 2019. Desse total, 14.916 eram de cultivares de ornamentais, 9.290 de grandes culturas, 8.925 de olerícolas, 2.791 de florestais, 1.629 de frutíferas, 495 de forrageiras e 1.268 de outras espécies. As cultivares convencionais eram 35.763 (91%) e as geneticamente modificadas (9%). As espécies com o maior número de cultivares GM são milho (1.930), soja (1.516), algodão (103), cana-de-açúcar (2), feijão (1) e eucalipto (1).

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