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Situação do trigo no RS segue “extremamente preocupante”

Vários fatores contribuíram para essa condição, diz T&F


De acordo com a Consultoria Trigo & Farinhas, a situação do trigo plantado no Rio Grande do Sul é “extremamente preocupante”. “Relatório que recebemos do RS informa que a estimativa, neste momento, é de que em torno de 5% das áreas estejam aptas a colher, 55% em processo de enchimento de grãos, e princípio de maturação, 25% em reprodução/floração e 15% ainda em desenvolvimento vegetativo/perfilhamento”, informa.

“Trabalhamos com uma área plantada de 673.000 hectares e tínhamos como potencial de produção algo como 1,7 milhão de toneladas, portanto, uma produtividade média de 2.526 kgs/ha, muito baixa para o potencial genético das cultivares atuais. Vários fatores contribuíram para essa condição (baixo investimento em adubação de base, excesso de chuvas na implantação, seca no desenvolvimento, doenças foliares, ataque de pulgões e, neste momento, alto índice de bacterioses)”, explica a T&F.

Segundo o analista júnior da Consultoria, Luiz Fernando Pacheco, dificilmente será atingida essa média de produtividade. Com isso, a safra deverá ser menor que 1,7 MT, algo entre 1,4 MT e 1,5 MT – e inferior, portanto, à capacidade instalada de moagem do estado.

“Não há surtos de giberela (ainda), o que nos faz crer, até então, que não enfrentaremos problemas de DON, embora, como mencionado acima, exista 25% de áreas em reprodução/floração, que estão sujeitas as chuvas previstas abaixo. Os surtos de bacterioses vislumbrados, poderão trazer volumes importantes de trigo de muito baixo PH (64 a 70) que terão de ser acomodados em algum mercado, lembrando que o trigo feed, tradicional, pede no mínimo PH 72”, comenta ele.

O especialista lembra que os mercados internacionais de trigo estão com seus preços aviltados e, por isso, salvo se o governo intervir, não haverá espaço para exportação: “Os preços seriam muito baixos, inclusive para trigo ração, em torno de US$ 150/t FOB estivado, o que liquidaria no interior algo como R$ 22/sc para as empresas. Nossa crença é que a elevação do preço do milho poderá fazer as indústrias de ração locais consumir trigo nas suas formulações”. 

“A chave de todo esse contexto estará novamente na mão do produtor: se ele pressionar para vender, o mercado não conseguirá manter-se e até mesmo dar liquidez, porém se o produtor cadenciar a liquidação do trigo, poderá conseguir melhores barganhas. Neste momento, comprador e vendedor estão avaliando os cenários e, logicamente, aguardarão as chuvas previstas nos mapas acima, que contém previsão de chuvas para os próximos 15 dias, para tomar qualquer decisão”, conclui Pacheco.

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