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SOJA: Brasil pode ‘roubar’ 70% da demanda chinesa

Asiáticos compram normalmente cerca de 15,5 milhões de toneladas dos EUA


Foto: Ivan Bueno/APPA

De acordo com projeções da T&F Consultoria Agroeconômica, se o Brasil aumentar em 11 milhões de toneladas a sua produção para a temporada 2020/21, poderia “muito bem abocanhar 70% da atual demanda chinesa de soja norte-americana”. Segundo os analistas, o aumento do acirramento das relações entre Estados Unidos e China será decisivo para os brasileiros.

“Pelo sim, pelo não, os chineses estão tirando dos EUA toda a soja que podem antes que ocorram novos problemas com os americanos. Este aumento da demanda deve ser, portanto, passageiro e não deverá sustentar por muito tempo as cotações de Chicago, como alguns pensam (que poderia chegar ou até ultrapassar $ 10,00/bushel)”, afirma a T&F. 

Segundo a equipe da Consultoria, mesmo que a produção americana quebre, como se prevê, se a China diminuir a demanda os estoques finais nos EUA serão aumentados e Chicago tenderá a cair: “Depois a China poderá se voltar totalmente para o Brasil. E, como os chineses compram normalmente cerca de 15,5 milhões de toneladas dos EUA, com o aumento de 11 milhões de toneladas na safra brasileira ela poderia suprir cerca de 70% da soja hoje comprada nos EUA, livrando-os do ‘Incômodo Trump’”.

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Os analistas ressaltam que a “informação mais importante da semana passou meio despercebida”: “Na última terça-feira, 8, houve uma piora da tensão entre Estados Unidos e China, que provocou forte movimento de aversão ao risco, fortalecendo o dólar de forma generalizada. A deterioração da já complicada relação entre as duas maiores economias do mundo veio após Donald Trump sugerir ontem que o país não faça mais negócios com Pequim, em suas próprias palavras, um ‘descolamento’”.

“Lembram de abril de 2018, quando Trump começou a aumentar muito as tarifas de importação sobre produtos chineses? E se Trump impuser tarifas sobre a exportação de soja para a China? Seria um pouco exagerado pensar isto, mas, como Trump é imprevisível, quem sabe? Teria que ser feito depois das eleições, em novembro, claro, para não perder o seu eleitorado”, conclui a T&F.

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