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Soja: Há chance de alta no curto prazo?

Dos principais fatores que compõe o preço da soja no Brasil, apenas Chicago tem viés de alta


Os preços médios da soja caíram ao redor de R$ 2,00/saca entre a segunda e a sexta-feira da semana passada no mercado brasileiro. De acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, aparentemente a tendência “ainda não é de alta a curto prazo”: “Nossa recomendação é que se aproveite alguma alta rápida eventual do dólar, da soja ou do prêmio para se fechar alguma coisa”. 

De acordo com o analista da T&F, Luiz Fernando Pacheco, a visão a longo prazo ainda “está indefinida, porque o acordo EUA ainda não está definido, porque a reforma da Previdência não está implantada e porque os fretes ainda não estão caindo no Brasil”.

Na visão do especialista, dos principais fatores que compõe o preço da soja no Brasil – Dólar, Chicago, Prêmios e Outros (frete, neste momento) – apenas as cotações de Chicago tem tendência de alta e por duas razões: “Redução inesperada da área plantada, conforme o relatório do USDA da sexta e expectativa de uma volta às negociações entre EUA e China, com gestos de boa vontade de ambos os lados, mesmo antes de um acordo final (que está longe de acontecer)”. 

Mesmo assim, explica ele, as cotações atuais ainda estão longe, muito longe da média histórica. “Seria necessário voltarem a subir o equivalente a 5 limites de alta, o que é muito raro e difícil. Por outro lado, os prêmios nos portos brasileiros são geralmente inversamente proporcionais às altas de Chicago, pelo menos neste momento de guerra comercial com a China. Tudo o que a China comprar dos EUA, deixa de comprar do Brasil e vice-versa”, argumenta. 

“Então, se Chicago subir por aumento da demanda chinesa, os prêmios irão cair no Brasil por falta de demanda chinesa (a demanda não-China é relativamente pequena, não supre adequadamente). Há também, que se considerar a redução da própria demanda chinesa por conta do abate de grande número de suínos no país, em torno de 30% até o momento e que impacta no seu volume importado de soja”, acrescenta Pacheco.

Sobre o terceiro fator, o dólar, o analista da T&F considera que a tendência da moeda no Brasil é de queda a curto e médio prazos. “O que fazer? Fixar o dólar, que julgamos que está mais alto atualmente do que estará em maio de 2020. Finalmente, os fretes rodoviários estão subindo”, conclui.

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