CI

Soja ocupará área do milho em 2010

A soja deve ampliar seu espaço em relação ao milho, o cenário mundial é mais favorável para a primeira cultura


Já pensando na próxima safra 2009/2010, o secretário municipal de Agricultura de Uberaba, José Humberto Guimarães, acredita que a soja deva ampliar seu espaço em relação ao milho. Segundo ele, o cenário mundial é mais favorável para a primeira cultura, já que os preços oferecidos pelo milho estão muito aquém dos esperados pelos produtores. A definição exata do quanto será plantado só deve sair no próximo mês.

Atualmente, o município tem 90 mil hectares de soja e 60 mil dedicados ao plantio de milho. “Temos conhecimento de que existem várias áreas em desuso e a tendência é de que elas sejam utilizadas para plantação de soja. Já se sabe que cerca de 2 mil hectares novos estão reservados para o plantio dessa cultura”, diz o secretário, lembrando que a saca da soja está custando cerca de R$ 42, enquanto que a do milho custa R$ 16. “O preço do milho não está convidativo. As condições históricas mostram que o valor da saca deveria ser pelo menos a metade da soja”, completa.

Para Guimarães, o que mais tem pesado é a indefinição do mercado quanto ao aumento ou não dos valores de compra do milho. Caso a tendência persista, diz ele, corre-se o risco de haver um comprometimento da próxima safra, prevista para ter o plantio iniciado em novembro.

Para tornar ainda mais complicada a situação, a perspectiva do mercado e dos líderes da classe produtiva para o início do plantio é de novas altas, principalmente nas mudas, fertilizantes, hora/trator e assistência técnica. O índice de preços pagos pela compra de insumos agrícolas aumentou 4,17% em relação ao último ano.

Rivaldo Machado Borges, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba, lembra que essa não é uma situação de momento. “Ao longo dos anos, em função de intempéries e da falta de apoio do governo, o produtor acumulou grandes dificuldades”, explica. “E se não houver uma política econômica para ajudar o produtor a se livrar das dívidas, a situação jamais se resolverá. Os pequenos e médios produtores tendem a recuar”.

É neste momento, lembra Guimarães, que os produtores vão decidir o que plantar. Caso o milho perca mesmo sua área plantada, será muito ruim para a economia nacional. “Será péssimo. Precisamos de um setor agrícola forte e com maiores e melhores subsídios do governo. Caso isso não ocorra, a produção nacional estará sempre comprometida”, encerra.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.