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Sorgo sacarino surpreende agricultores gaúchos

Apesar dos baixos índices de chuva, as lavouras se mantiveram verdes e produtivas


Em um ano de estiagem longa no Rio Grande do Sul, a cultura do sorgo sacarino acabou surpreendendo. Mesmo com os índices de chuva abaixo do normal, as lavouras na região central do Estado se mantiveram verdes e produtivas.

Em um cenário de seca há uma lavoura verdinha. A fertilidade desperta interesse e impressiona quem passa por ela.

“O pessoal passava e perguntava o que tinha feito que essa cultura estava tão verde, enquanto os outros campos vinham sofrendo com a seca”, contou o agricultor Gehard Fernando Sudbrack.

A lavoura, que longe até pode ser confundida com milho ou cana-de-açúcar, é de sorgo sacarino, rico em açúcar. A cultura, que atinge 3,5 metros de altura, resiste muito mais à estiagem do que outras culturas, como a cana.

Enquanto a cana necessita de algo entre 800 e 900 milímetros de chuva para se desenvolver, o sorgo sacarino precisa de menos de 250 milímetros. Essa capacidade rendeu à cultura até o apelido de planta camelo no exterior.

O sorgo sacarino foi trazido dos Estados Unidos para o Brasil na década de 80. Em algumas regiões foi usado como matéria prima para a fabricação de álcool. Agora, quase 20 anos depois, o sorgo volta a ser uma alternativa de investimento para o produtor.

De olho no mercado de biocombustíveis o produtor Eduardo Mallmann resolveu investir no sorgo sacarino. “A questão do álcool combustível hoje é uma realidade mundial. Criou-se o conceito da energia renovável e o etanol brasileiro se tornou extremamente competitivo. Nesse cenário, o sorgo sacarino vem preencher o primeiro semestre da sacarose no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil”, disse.

Eduardo e Fernando plantaram 200 hectares em São Vicente do Sul. Eduardo, que também é engenheiro, desenvolveu uma mini-usina de álcool em que toda a planta é aproveitada. Primeiro, o sorgo é moído. O bagaço vira silagem e serve de alimentação para os animais. O caldo para tanques onde começa o processo de fabricação do combustível. Um hectare de sorgo rende uma média de três mil litros de álcool. O custo de produção fica entre R$ 0,35 e R$ 0,50 por litro.

“O pequeno e o médio agricultor poderão entrar no mundo dos biocombustíveis de uma forma extremamente formal e equilibrada”, concluiu Eduardo.

Segundo os produtores, o sorgo sacarino também é bastante resistente às doenças provocadas por fungos e bactérias.

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