Trigo atravessa período de cautela
Na exportação, o movimento é considerado muito lento
Na exportação, o movimento é considerado muito lento - Foto: Seane Lennon
O mercado de trigo no Sul do país atravessa um período de cautela, com produtores e moinhos aguardando definições sobre os próximos leilões de compra. No Rio Grande do Sul, além da expectativa por medidas de apoio, as chuvas previstas de até 150 milímetros preocupam o setor, podendo comprometer o ritmo da colheita e a qualidade dos grãos.
De acordo com a TF Agroeconômica, cerca de 25% a 30% do trigo que chega ao porto de Rio Grande apresenta níveis de DON acima de 2 ppm, o que tem limitado as negociações e pressionado os preços. Mesmo com lentidão, o mercado segue ativo. As indicações variam de R$ 990,00 a R$ 1.030,00 por tonelada no interior e de R$ 1.080,00 a R$ 1.130,00 CIF para os moinhos locais. Fora do estado, compradores chegam a oferecer R$ 1.200,00 CIF no Paraná, para entrega em janeiro.
Na exportação, o movimento é considerado muito lento. Os preços estão em R$ 1.150,00 por tonelada para pagamento em dezembro e R$ 1.160,00 para janeiro no trigo padrão moagem, enquanto o produto de ração, com até 4.000 ppm de DON, sai por R$ 1.080,00. Pela primeira vez nesta safra, o line-up do porto de Rio Grande registra embarques de 274,7 mil toneladas. O volume comercializado no estado já chega a 650 mil toneladas, sendo 110 mil destinadas a moinhos e 540 mil à exportação. Os preços internos recuaram, com a saca em Panambi cotada a R$ 57,00.
Em Santa Catarina, o ritmo continua lento. Corretores relatam poucas negociações e valores acima do que os moinhos estão dispostos a pagar. As ofertas vêm principalmente do Rio Grande do Sul e de São Paulo, com preços entre R$ 1.080,00 FOB mais frete e R$ 1.250,00 CIF. As cotações pagas aos produtores permanecem estáveis, variando de R$ 61,00 a R$ 65,00 por saca nas principais regiões.
No Paraná, o tempo firme favorece o campo, mas novas chuvas devem atingir a região central nos próximos dias. O mercado opera entre R$ 1.220,00 e R$ 1.290,00 CIF conforme local e data de entrega. A média de preços pagos aos produtores subiu 0,02%, para R$ 64,12 por saca, mas ainda abaixo do custo de produção calculado pelo Deral em R$ 74,63, mantendo prejuízo de cerca de 14%.