Trigo gaúcho registra primeiros embarques da safra
Em Santa Catarina, a comercialização segue lenta
Em Santa Catarina, a comercialização segue lenta - Foto: Divulgação
O mercado de trigo segue com dinâmicas distintas no Sul do país, acompanhando a postura cautelosa da indústria e o avanço da colheita. No Rio Grande do Sul, levantamento da TF Agroeconômica mostra que os moinhos continuam comprando apenas pequenos lotes, evitando alongar posições antes do próximo ano. No estado, os preços pagos aos moinhos giram em torno de R$ 1.020 no interior, R$ 1.140 em Canoas e Porto Alegre e R$ 1.150 na Serra.
Nas exportações, as ofertas chegaram a R$ 1.140 por tonelada no melhor momento, mas recuaram para R$ 1.132 no porto. A novidade é a negociação de trigo tipo feed, com preços de R$ 1.090 para embarque em dezembro e R$ 1.100 para janeiro de 2026. O recuo recente do dólar tornou o trigo argentino mais competitivo para importação. O line-up portuário, pela primeira vez nesta safra, registrou nomeações de 274.750 toneladas de trigo gaúcho para exportação. Já os preços pagos na pedra caíram nesta semana para R$ 57 a saca em Panambi.
Em Santa Catarina, a comercialização segue lenta. Segundo a TF Agroeconômica, há muita especulação e pouca efetivação de negócios. Os moinhos locais consideram as ofertas elevadas e mantêm o abastecimento principalmente com trigo vindo do Rio Grande do Sul, negociado a R$ 1.080 mais R$ 180 de frete, e de São Paulo, a R$ 1.250 CIF. Os preços pagos aos produtores permanecem estáveis há semanas, entre R$ 61 e R$ 65 por saca, dependendo da região.
No Paraná, o Deral informou que a colheita chegou a 92%, com 81% das lavouras em boas condições. Houve perdas pontuais com o granizo, mas a produtividade se mantém positiva. O preço do trigo subiu 0,68% no mês, com negócios entre R$ 1.220 e R$ 1.290 CIF. O valor médio pago ao produtor ficou em R$ 64,12 por saca, ainda abaixo do custo de produção, estimado em R$ 74,63, o que representa prejuízo médio de 14%.