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Você conhece a soja preta?

São diversas características que diferenciam a soja preta das cultivares comerciais, além da cor


Foto: Pixabay

Embora todo mundo conheça a soja comum na cor bege, em 2019 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e a Fundação Triângulo, lançou uma cultivar de soja preta conhecida pelo nome BRSMG 715A. Na época, o objetivo era oferecer uma alternativa para ampliar a adoção da soja na alimentação humana, mantendo o seu potencial produtivo na lavoura.

“São diversas características que diferenciam a soja preta das cultivares comerciais, além da cor. A primeira delas é o teor mais elevado de proteína, o que a torna mais nutritiva. A segunda é a maior facilidade de cozimento. A terceira é o sabor agradável, de acordo com os testes efetuados. A quarta é a maior proporção de ácidos graxos monoinsaturados, o que lhes confere maior estabilidade oxidativa. E a quinta é ser rica em antocianinas (que conferem a cor preta), as quais são antioxidantes naturais. O fato de essa cultivar haver sido desenvolvida com coloração preta não foi por acaso, vez que a estratégia subjacente é utiliza-la como sucedâneo parcial ou total do feijão preto na brasileiríssima feijoada”, afirmam Décio Luiz Gazzoni, pesquisador da Embrapa e Miguel Alves Pereira Jr, médico em Londrina-PR.

Dentre os principais benefícios, o consumo de soja preta (35% da dieta), por 10 semanas, em ratas ovariectomizadas, aumentou a atividade antioxidante, inibindo o estresse oxidativo e melhorando os perfis lipídicos, resultando na redução dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares (DCV). “Outro estudo com cobaiais demonstrou que a administração oral de extrato de soja preta em ratos, a 50 e 100 mg/kg de peso corporal, durante 14 dias, reduziu o risco de DCV ao melhorar a circulação sanguínea através da inibição da agregação plaquetária e de formação de trombos”, completa.

“A função vascular está intimamente relacionada com o risco de DCVs. Um dos fatores de risco, quiçá o mais importante, é o envelhecimento do organismo, que causa alterações funcionais e estruturais da parede vascular. O aumento da rigidez vascular é a principal consequência, e compromete a adaptação vascular às alterações do fluxo sanguíneo e da pressão arterial”, conclui.

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