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WhatsApp dinamiza venda de orgânicos de produtoras rurais de Goiás

Oito mulheres e uma ideia na cabeça têm mudado a vida dos produtores rurais do assentamento Lagoa Seca


Oito mulheres e uma ideia na cabeça têm mudado a vida dos produtores rurais do assentamento Lagoa Seca, no município de Barro Alto, em Goiás. Mas não só dos agricultores. Dos consumidores também. Há dois anos, o grupo de mulheres tem apostado no uso do WhatsApp para vender produtos orgânicos. Além de ofertar itens de qualidade, sem adubos químicos e livre de venenos, com a ajuda da tecnologia as agricultoras conseguem entregar tudo fresquinho, na porta de casa.

A troca de mensagens instantâneas é uma novidade no assentamento. Por aqui parece uma coisa antiga, mas lá, onde o sinal da rede não é regular, conseguir usar a internet como aliada é uma revolução. A coordenadora do grupo do WhatsApp, Ginercina de Oliveira Silva, de 46 anos, conta que a proposta surgiu depois de se inspirarem em um projeto parecido no Distrito Federal (DF). “Conhecemos uma comunidade de Brasília que tinha algo nesse sentido, mas aí pensamos no grupo. Criamos, adicionamos um monte de gente, mas, sabe como é, né? Associação de mulheres, distante, o sinal é bem ruim, mas insistimos”, afirmou a produtora.

O investimento valeu a pena. O grupo de mensagens já tem 200 pessoas inscritas e os pedidos chegam por lá mesmo. Ginercina organiza tudo com a ajuda da filha e da sobrinha, faz uma lista com os produtos que foram produzidos na semana pelas agricultoras e depois planeja as entregas das hortaliças, queijos, galinhas. “A gente percebe que essa agilidade melhora a qualidade do serviço, a velocidade da entrega, ou seja, chega tudo mais fresquinho. A gente faz tudo por venda direta, sem ter um atravessador, e está tendo uma boa aceitação”, comemorou.

Até surgir a ideia de aproveitar a dinamicidade do aplicativo, as produtoras tinham apenas as feiras como meio de vazão da produção. São duas na região: uma às quartas-feiras, que é a Feira do Produtor; e uma livre, no domingo. Segundo o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg / Contag), Luiz Pereira Neto, de 55 anos, a iniciativa tem dado muito certo. “Antes, os lucros delas vinham apenas das duas bancas que tinham nas feiras. Hoje, elas têm o aplicativo. As vendas subiram para mais de R$ 1 mil para cada uma. Está muito bom e a expectativa é de expandir mais ainda”, avaliou Luiz Pereira.

Qualidade de vida

Além da vantagem de pedir os produtos pelo WhatsApp, os consumidores da região contam com mais um forte atrativo: os orgânicos. A produção dos agricultores familiares de Lagoa Seca é orgânica. Tem hortaliças, verduras, leite, ovos e frango caipira.

Conheça

O assentamento Lagoa Seca está situado em Barro Alto, distante cerca de 220 km de Goiânia, na região central de Goiás, no Vale do São Patrício, e abriga 27 famílias de trabalhadores rurais que se dedicam principalmente à criação de gado leiteiro. Ao todo, o município conta com três áreas da reforma agrária e uma população de aproximadamente 80 assentados.

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