Aplicação aérea para controle de mosquitos (Culex spp.)
Foi realizada em São Paulo uma aplicação aérea para controle do mosquito Culex spp.
Agrolink
- Thaisy
Em caráter de demonstração, foi realizada em São Paulo capital uma aplicação aérea, pioneira no Brasil, de larvicidas biológicos para o controle de larvas de “mosquitos” do gênero Culex.
O trabalho foi realizado a pedido da Coordenação de Vigilância em Saúde, da Secretaria da Saúde do Município de São Paulo, e coordenado pelos biólogos Carlos Alberto Madeira Marques Filho e Moacyr Giovanini Dal Bom. O planejamento e supervisão foi realizado pela empresa Agrotec Tecnologia Agrícola e Industrial Ltda, de Pelotas, RS. A área tratada foi parte do Rio Pinheiros o qual corta a capital paulista em uma extensão total de 25 km. Foi feito o tratamento de dois trechos daquele rio, a título de demonstração e avaliação de resultados. Os trechos tratados foram aqueles situados entre a Comporta próxima à Ponte da Fepasa, na proximidade da confluência Pinheiros-Tietê e a Ponte da Cidade Jardim. Ainda, foi tratado um trecho adicional situado entre a Ponte João Dias e a “Ponte Pênsil”. A área objeto da demonstração foi de 27 hectares, correspondendo a aproximadamente 40% do total.
A aeronave utilizada foi um Ipanema EMB202, matrícula PT-UOA, equipada com difusor de sólidos “Transland-convencional”, DGPS Satloc “Airstar 99.5” e Transceptor VHF. A aeronave pertence à empresa “Sana Agroaérea Ltda” de Leme, São Paulo. Foi pilotada pelo Comandante José Edinaldo de Andrade. Atuaram, ainda, pela SANA, o Eng. Agr. Max Zenker Justo, o Técnico-Executor de Aviação Agrícola Deberson Miguel de Queiroz e o Sr. Valdemir Donizetti Pinheiro, além do sócio-gerente da SANA Rui Nuno de Vasconcelos Cardoso. A aeronave foi previamente calibrada e submetida a testes de deposição foi empregado o software “AgroScan” desenvolvido pela Agrotec. Pela Agrotec participaram o Eng. Agr. Eduardo C. de Araújo e o Eng.Agr. Alexandre Loureiro Marques.
O carregamento da aeronave foi efetuado no pátio de estacionamento da empresa Aeromot Aeronaves e Motores Ltda, no Campo de Marte, na capital paulista, sendo tal estrutura coordenada pelo sr. Marcelo Della Barba, gerente da Aeromot em São Paulo. A área de abastecimento foi protegida por lençol plástico e o carregamento foi efetuado por pessoal da Prefeitura de São Paulo e da SANA. O carregamento foi manual sendo o produto, originalmente acondicionado em sacos plásticos com 18,1 kg, transferido diretamente para o tanque de produtos do avião. A carga de decolagem foi de 450 kg.
A aplicação observou os seguintes parâmetros:
• Altura de vôo: 10-20 metros
• Largura de faixa: 15 metros
• Velocidade de aplicação: 110 MPH (177 km/h)
• Dados climáticos: temperatura média 16C; umidade relativa do ar 61 a 74%; velocidade do vento 8-14 km/h.
A operação foi realizada em total coordenação com o Controle de Tráfego Aéreo do Aeroporto de Congonhas, com o qual o piloto manteve constante comunicação bilateral, tendo sido obtido, previamente, o componente NOTAM. As atividades do Serviço Regional de Proteção ao vôo tiveram a supervisão do sr. Carlos Heredia, consultor ATS/ICAO.
A aeronave decolou do Campo de Marte, sobrevoou o Rio Tietê até sua confluência sobre o Rio Pinheiros, iniciando a aplicação ao atingir as proximidades da “Ponte Fepasa”. Ao retornar, percorreu o trajeto inverso, também mantendo-se sobre os rios Pinheiros e Tietê até chegar ao tráfego do Campo de Marte.
O dia e horário escolhidos (Domingo, início da manhã) tiveram como objetivo fazer coincidir a aplicação com momentos de pouco fluxo de veículos. Ainda assim, o tráfego de veículos sobre as pontes sobrevoadas foi coordenado por equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego, do Município de São Paulo, sendo tais trabalhos coordenados pelo Eng. Eduardo Pereira.
O vôo foi iniciado às 8h20 e encerrado às 8h54. A operação foi assistida por um grande número de autoridades da área da Saúde do Município de São Paulo, de outros municípios, imprensa e técnicos.
A Agrotec espera que com esta ação seja aberta uma nova oportunidade de trabalho para a Aviação Agrícola no Brasil e, mais importante, possa vir ela a contribuir em grande escala para a melhoria da Saúde Pública em nosso país.