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Por que as fibras naturais devem ser protagonistas do movimento Plastic Free July

Algodão ganha destaque frente às fibras sintéticas no movimento Plastic Free July



Foto: Divulgação

Criado na Austrália em 2011, o movimento Plastic Free July tornou o mês de julho um período de alerta sobre o uso excessivo de plásticos no cotidiano. Mas o que a conscientização sobre a poluição por plásticos tem a ver com o algodão e a moda? Com a expansão da indústria têxtil, os tecidos plásticos, feitos de polímeros derivados do petróleo, como o poliéster, conquistaram mais espaço nas fábricas pelo seu baixo custo de produção e aumentaram a sua presença nos guarda-roupas de todo o mundo.

Em defesa das fibras naturais

Para a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Free Plastic July é um mês de conscientização para todos os malefícios causados pelas fibras plásticas utilizadas na moda. De acordo com o estudo publicado em 2016 pelo "Marine Pollution Bulletin", se estimou que em cada lavagem em uma máquina pequena, de 6 kg, mais de 700 mil fibras de microplástico podem ser liberadas na água.

A ingestão de plástico é hoje um dos principais problemas para a conservação das espécies marinhas, que confundem microplásticos com alimentos. É o que acontece comtartarugas, por exemplo, que ficam impedidas de comer e realizar outras funções fisiológicas por causa da ingestão fibras sintéticas, levando-as a sofrimento pode se prolongar até a morte.

O avanço dos tecidos sintéticos na moda global pode ser traduzido em números. De 2020 para cá, o índice de participação do algodão no consumo global de fibras caiu de 23,9% para os atuais 22,2%, de acordo com o International Cotton Advisory Committee (ICAC). Além disso, a presença das fibras sintéticas cresce em um ritmo de mais de 5% ao ano, enquanto o algodão fica em torno de 1% ao ano.

“Quando defendemos uma presença maior do algodão na matriz têxtil mundial, estamos defendendo uma fibra vegetal, natural, biodegradável e com uma pegada de carbono bem menor que a das fibras sintéticas, que são produzidas a partir de derivados fósseis”, explica Gustavo Piccoli, presidente da associação.

Por um mundo menos plástico

Com a defesa do algodão no eixo central das ações do Cotton Brazil e do movimento Sou de Algodão, iniciativas da Abrapa para a promoção da pluma brasileira, a associação tem se posicionado como uma nova voz no mercado. Além de ter se tornado o maior exportador mundial de algodão, o País se destaca por ter 80% da safra nacional com certificação socioambiental e usar irrigação em apenas 8% da área plantada.

“Optar por produtos e roupas de algodão é principalmente uma questão de responsabilidade e preocupação com o nosso futuro. As pessoas estão cada vez mais preocupadas com o impacto do que compram tanto para sua saúde quanto para o planeta. Ninguém quer usar roupas feitas com tecidos fósseis”, argumenta Piccoli.

Para além da poluição ambiental por plásticos, um artigo publicado em 2024, por pesquisadores da Universidade do Novo México, na revista Nature Medicine, há presença de microplásticos também no organismo humano – incluindo órgãos vitais como o cérebro.

Biodegradável, renovável e produzido com responsabilidade, o algodão é aliado de quem quer viver com mais leveza e consciência.

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