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Importância do Sistema de Exaustão para a Conservação de Grãos


Adriano Mallet
A Conservação e Armazenagem de Grãos, está alicerçada em três grandes pilares, com a premissa de já termos executado a secagem e limpeza de acordo com os padrões atuais de qualidade de processamento e das especificações (instruções) do fabricante:
1- Monitoramento da massa de grãos;
2- Aeração;
3 - Sistema de Exaustão, também chamada hoje de Aeração Natural ou Intensificada.
Para o monitoramento, possuímos sistemas de gerenciamento que coletam dados através de sensores instalados no interior da massa de grãos, que são monitorados por software,  proporcionando ao armazenador uma relação de dados para tomadas de decisões rápidas e assertivas.
Aeração, também tem sua importância, deve ser dimensionada para as condições de armazenamento conforme perfil da região, não desconsiderando o histórico climático.
Sistema de Exaustão: Item de Qualidade e Redução de Custos
Sobre os itens mencionados acima temos o “Sistema de Exaustão” que é um novo conceito na armazenagem, fundamental para termos uma qualidade. 
Esta aeração natural ou intensificada proporciona equalização do ar entre a massa de grãos e a cobertura do telhado, diminuindo o calor proveniente da radiação solar e eliminando o “bolsão de ar quente” (massa de ar quente e saturada), bem como a condensação sob o telhado, nas chapas laterais dos silos e paredes dos armazéns e o consequente gotejamento sobre os grãos.
Este sistema proporciona outros benefícios relevantes como uniformidade na massa de grãos, aeração permanente e contínua (extrai calor do ambiente, pó, gases, umidade do ar), evita o apodrecimento (deterioração, mofo, germinação), inibe a proliferação de pragas e, aliado a tudo isso, preserva a estrutura física do ambiente, pois evitando a condensação, elimina itens como o surgimento de pontos de corrosão na estrutura metálica  do telhado, o umedecimento das correias (borracha) dos  transportadores dos  armazéns com carga realizada por Correia Transportadora (Cinta Transportadora) e o sobre-aquecimento nos acionamentos aumentando a vida útil dos mesmos e suas transmissões.
O gotejamento em silos e armazéns, ou seja, a condensação, é um fenômeno físico e grande inimigo da armazenagem.  A taxa de umidade varia conforme a temperatura significando que, quando o ar quente aumenta sua capacidade de absorver umidade, diminui quando o ar esfria.
A radiação solar provoca o aquecimento da cobertura (telhado) e, pela condução térmica, aquece o ar interno, baixando a umidade relativa do ar. Esse ar com a temperatura elevada absorve a umidade contida nos grãos armazenados pelo efeito da evaporação.
Em contra partida, quando este ar úmido entra em contato com a cobertura resfriada, pela variação de temperatura externa, cai a temperatura do mesmo elevando a umidade relativa interna, podendo com isso ultrapassar o ponto de saturação, condensar e gotejar  sobre o produto armazenado, gerando o mofo, a deterioração e até a germinação dos grãos na camada superior da massa. 
Em alguns casos acontece o gotejamento e no dia seguinte, com a irradiação da chapa decorrente do sol, seca a camada superior, mas como os grãos são um isolante térmico, as camadas úmidas mais profundas, acabam apresentando mofo e demais conseqüências já mencionadas. Ou seja, uma camada incrustada e invisível para quem observa a massa numa visão superior, por cima grãos de forma bonita (sadios), mas a baixo, grãos podres. 
Esta camada deteriorada cria uma grande barreira para a passagem do fluxo de ar quando se realiza a aeração. Dependendo da espessura e dos graus de deterioração desta faixa, chegamos a uma perda de eficiência de até 60% (medido “in loco”), reduzindo a vazão de ar que atravessa a massa de grãos,  comprometendo a aeração e aumentando as perdas técnicas (qualitativas e quantitativas).
Dentro deste novo conceito e descrição acima, consideramos o “Sistema de Exaustão” como fundamental para toda a conservação.  A não utilização gerará perda em todos os investimentos anteriores.
As unidades armazenadoras devem focar a sua concepção num projeto que garanta a qualidade final do produto armazenado, segurança, valorização dos benefícios e ferramentas que hoje estão disponíveis aos armazenadores, como Automação, Sistemas de Exaustão e Controle a Distância da massa de grãos e, aliado a tudo,  a capacitação dos operadores.

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