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O novo homem do campo para a cidade


Francisco Turra

Até pouco tempo atrás, o cidadão urbano via o homem do campo como um colono pobre, endividado, alguém para quem nunca emprestaria dinheiro. Um cidadão sem formação, sem informação, com dívidas impagáveis. Eram outros tempos, em que juros bancários abusivos condenavam o produtor à penúria da imobilidade social, com muito trabalho e pouca renda, incapaz de investir em novas tecnologias.

A realidade começou a mudar no fim da década de 1990, quando o produtor deixou de ser um mutuário rural, e passou a contar com programas sólidos de financiamento, com empréstimos adequados e juros mais acessíveis. Com recursos disponíveis, a tecnologia veio para o lado de dentro da porteira. Os índices de produtividade saltaram de 1,2 mil quilos de grãos por hectare, em meados dos anos 1970, para mais de 3,8 mil quilos no ano passado. Desempenho três vezes maior.

O homem do campo, que antes trabalhava para pagar dívidas e torcia pelas sobras para a própria sobrevivência, agora move o país para frente. Os números da balança comercial divulgados recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento demonstram isso: embarcamos o equivalente a US$ 81,86 bilhões em produtos agropecuários, enquanto os outros setores econômicos acumularam receita negativa de US$ 14,87 bilhões. Ou seja, em vez de prejuízo, o país finalizou o ano passado com saldo de US$ 66,99 bilhões.  Graças ao agro.

De marginalizado, o homem agora é um vencedor. A cidade passou a compreender a sua importância. Pesquisa recente com mais de mil entrevistados mostra isso: 95% entendem o agro como importante ou extremamente importante para o Brasil. Ainda de acordo com os resultados, 67% dos consultados veem o produtor rural como um profissional atualizado, moderno e que faz uso das mais avançadas tecnologias. E 96% deles sentem orgulho do agronegócio.

A população está mais consciente do papel do campo para o país. O agronegócio, aliás, ganhou espaço nobre na mídia, com campanhas que mostram números e trajetórias do lado rural do Brasil. Na Globo, “Agro é Pop”. Na Band, “Somos Agro”. Para todos, agora, Agro é orgulho.

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