Em uma de minhas pesquisas, busquei evidenciar os índices de rentabilidade em uma pequena propriedade rural no Pontal do Triângulo Mineiro, com atividade pecuarista, sendo o objetivo principal, analisar o lucro real que o pequeno produtor rural tem em sua propriedade.
A demonstração de resultado e os dados encontrados, se constituíram na base para a obtenção dos componentes de cálculo dos indicadores de rentabilidade. Em análise conjunta da DRE e do Balanço patrimonial do ano exercício, foram calculados os indicadores de rentabilidade da pecuária de corte da propriedade pesquisada, conforme a Tabela .
O giro do ativo refere-se à avaliação sobre as vendas líquidas, levando-se em consideração a aplicação dos ativos. Foram incluídos nos ativos, nesse cálculo, aqueles pertencentes exclusivamente à atividade pecuária que puderam ser identificados no estudo.
Assim sendo, o resultado apontou que o giro do ativo é de 0,172, ou seja, a empresa vendeu um valor de R$ 0,17 para cada R$ 1,00 de investimento. O giro do ativo demonstrou que o faturamento do período não foi suficiente para cobrir o investimento total, pois o resultado desejado deve ser superior a 1, mas que em relação a pequenas e medias propriedades rurais, é um índice considerado superior à media.
A margem líquida está relacionada com o lucro obtido em relação a uma quantidade vendida líquida, tendo sido identificado que a propriedade obteve um lucro de R$ 0,28 para cada R$ 1,00 de venda, ou seja, 28,04% de lucro, mesmo diante do dispêndio com relação a reforma de pastagens, o que significa uma atividade lucrativa em comparação à renda de ativos fixos no mercado, que giram em torno de 12% de rendimento ao ano.
Em análise da rentabilidade do ativo, que apresenta a relação entre os lucros ou prejuízos líquidos gerados em um ano, em comparação com os ativos totais disponíveis, os índices mostram que a atividade apresentou uma rentabilidade de 4,63%, ou seja, para cada R$ 1,00 investido, há um ganho de R$0,046, o que representa o resultado da soma dos empenhos disponíveis nos ativos da propriedade, evidenciando a eficácia dos ativos aplicados e medindo a eficiência da propriedade com seus ativos totais, sendo maior que o índice de retorno padrão do setor que é de 2% .
Com relação à rentabilidade do patrimônio líquido, que é dada pela taxa de retorno sobre o capital próprio (PL), foi possível observar o percentual de retorno que é gerado pela propriedade rural em relação ao capital investido pelo proprietário. Na atividade desenvolvida na propriedade em estudo, observa-se que, para cada R$ 1,00 investido pelo proprietário, há um ganho de R$ 0,061 ou 6,11% (poder de ganho do proprietário). Porém vale ressaltar que consideramos o valor estático do patrimônio, mas o setor agrícola está em constante valorização, principalmente o capital investido em terras, sendo um bem que não sofre depreciação, logo não perde valor, e que na maioria das vezes aumenta de valor.
A partir do presente estudo de caso, foi possível perceber que o proprietário possuía somente um controle simples dos gastos e lucros.
Nesse sentido, não havia um controle efetivo, pois o referido proprietário não tinha conhecimento de quanto gastava por ano em suas atividades, bem como não havia uma definição clara acerca dos gastos pessoais em virtude da dependência dos lucros para sobrevivência de sua família.
Assim sendo, é importante ressaltar que o apoio aos produtores rurais, seja ele obtido dos Sindicatos, Cooperativas, Universidades, entre outras organizações, é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento do agronegócio brasileiro. A grande maioria dos produtores não tem esse auxílio, ou seja, vivendo pelo trabalho sem o apoio necessário para obterem mais lucros e em consequência, gerar mais renda aos mercados que estão envolvidos.
A união faz a força no agronegócio!
