Cenário é positivo para as lavouras

No decorrer da semana, o destaque da previsão do tempo segue com a influência da Tempestade Tropical Araká no Brasil. Mesmo com o sistema e o núcleo de baixa pressão deslocados em alto mar, os canais de umidade são fortemente afetados pelo sistema. Deste modo, são esperadas chuvas significativas sobre o Centro-Oeste, sul da região Norte, Nordeste e Sudeste. Os volumes no decorrer da semana devem variar entre os 100 e 200 mm nas regiões mais úmidas.

Além disso, é preciso destacar os corredores de umidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que devem ser mais ativos sobre o norte da Região Nordeste, no final do período, o que deve resultar em uma condições de chuvas intensas em alguns pontos.

As condições são adequadas para o atual momento agrícola do Brasil, tanto para a maioria dos cultivos que avançam em estádios iniciais e de enchimento de grãos. O plantio também deve ser favorecido por essa condição de chuvas mais frequentes, embora as operações de colheita possam sofrer algumas interrupções devido às chuvas. No entanto, não são esperados atrasos ou influências negativas nas lavouras em maturação/colheita.

Vale destacar a necessidade de monitoramento fitossanitário mais intensificado, em decorrência do período mais úmido no Centro-Norte do país.

Paralelamente, as chuvas no extremo sul, devem ser mais escassas ao logo da semana, aumentando a demanda hídrica das lavouras, o que pode afetar a floração da soja e do milho, influenciando o potencial produtivo das lavouras.

Veja o Mapa da Previsão

Região Sul

Ao longo da semana, as chuvas se concentram na metade norte da região, especialmente sobre o PR, com destaque para áreas do leste do estado, onde há possibilidade de chuvas acima dos 200 mm. As chuvas volumosas também devem ocorrer sobre o estado de SC, com possibilidade de temporais localmente fortes ao longo do período. Já no RS, a expectativa é de um tempo mais seco ao longo da semana, especialmente em áreas da fronteira sul, o que vem afetando as lavouras de milho e soja da região, especialmente aquelas que avançam na floração.

Região Sudeste

Parte das chuvas na região sudeste, devem ocorrer pelos corredores de umidade ainda formados pela Tempestade Tropical Araká, que deve persistir até pelo menos o dia 24 na costa do país. Apesar da influência indireta, as chuvas devem ser significativas na faixa central de MG e sul de SP, onde alguns pontuais podem passar dos 100 mm. Já no oeste Paulista e Triângulo Mineiro, o tempo seco deve ser mais frequente, embora a projeção sinalize para ocorrência de chuvas na forma de pancadas isoladas e passageiras, ocorrendo nas tardes dos próximos dias. De maneira geral, as condições hídricas e de temperaturas são adequadas para o desenvolvimento das lavouras, especialmente de algodão, milho e feijão na região. Já a maturação e colheita da soja pode sofrer atrasos pontuais em função das chuvas, mas sem afetar o ritmo da safra.

Região Centro-Oeste

Os corredores de umidade devem ser mais ativos na metade norte da região, promovendo condições de chuvas volumosas, quase que diárias em áreas do MT e GO. O cenário é muito positivo para o desenvolvimento do algodão e implementação do milho safrinha. Pontualmente as chuvas podem limitar as operações de colheita da soja, mas sem afetar negativamente a safra. Já ao sul do MS, as condições são menos favoráveis às lavouras. Nestas áreas ao sul, as chuvas devem ser menos frequentes e as temperaturas serão mais elevadas no decorrer do período, com termômetros próximos dos 40°C na metade da semana.

Região Nordeste

No começo da semana, as chuvas na região serão favorecidas pelo fluxo de umidade que se desloca de acordo com a influência da Tempestade Tropical Akará. Isso deve contribuir para chuvas volumosas no sul do PI e oeste da BA. Ao mesmo tempo, as instabilidades ao norte da região serão reformadas pela maior atuação da ZCIT, promovendo chuvas intensas ao norte do MA, norte do PI, CE e RN. Ao longo da semana, haverá uma grande variação na intensidade das instabilidades na região do SEALBA. No final do período uma massa de ar seco deve manter as instabilidades confinadas em setores da faixa norte da região, resultando num aumento das temperaturas em todos os setores. De maneira geral, as condições são favoráveis para a maioria das lavouras na região, com destaque para o algodão e a soja na faixa oeste. Assim como o plantio do milho safrinha no MA e o desenvolvimento inicial do sorgo na BA.

Região Norte

A previsão indica um cenário de chuvas muito irregulares na faixa norte da região, especialmente ao norte do AM, Baixo Amazonas (PA) e RR. Por outro lado, áreas do PA, TO e RO devem registrar chuvas mais frequentes ao longo do período, com projeção de até 150 mm em áreas de RO e nordeste do PA. O cenário vem sendo positivo para o desenvolvimento do milho no PA e da soja, plantados tardiamente. Bem como o avanço do plantio do milho safrinha no TO. Atenção especial para o arroz no TO, onde muitas lavouras ainda precisam de chuvas. Apesar de que as chuvas podem interromper, momentaneamente a colheita da soja.