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Como controlar o mal-do-pé no trigo?

Leia sobre as características e o controle da doença do mal-do-pé no trigo.



Foto: Agrolink

Causado pelo fungo Gaeumannomyces graminis var. tritici, o mal-do-pé é a principal doença de raízes do trigo, ainda que ocorra também em cevada, triticale, centeio e outras plantas da família Poaceae. No Brasil, ocorre na região Sul, sendo muito relacionado à prática do monocultivo.

O fungo é favorecido em condições de excesso de chuvas, em solos com baixas temperaturas (12ºC a 20ºC), com pH alcalino (pH 6,5 a 8,5) e/ou mal drenados. Em locais de monocultivo de trigo, com plantio direto e calagem sem incorporação, a doença pode ser bastante severa, impossibilitando o cultivo do cereal.

O fungo sobrevive de um ano para o outro, permanecendo em restos culturais do trigo ou plantas vivas de outros hospedeiros. Assim, estes materiais são a principal fonte de inóculo, pois o fungo não possui uma estrutura para se manter vivo quando não existe alimento. A disseminação ocorre através do solo contaminado, animais, implementos agrícolas, erosão e vento.

 

Sintomas do mal-do-pé no trigo

Os primeiros sintomas do mal-do-pé ocorrem nas plântulas. Ainda que estas não morram, o perfilhamento será deficiente, com lesões pretas que se desenvolvem nas raízes e se estendem até a coroa da planta. Nas raízes ocorre uma podridão, causada por hifas escuras, deixando o sistema radicular menos desenvolvido, afetando a parte aérea das plantas, reduzindo o seu porte e causando morte prematura. As raízes ficam escuras pela presença das hifas e pela podridão. As espigas ficam com cor esbranquiçada e não ocorre o enchimento dos grãos. Geralmente as plantas são afetadas em focos na lavoura (reboleiras), e podem ser arrancadas com facilidade do solo devido ao dano ocorrido nas raízes, sendo este um sintoma característico.


Plantas de trigo com sistema radicular e base de colmo sadio e com sintomas de mal-do-pé (foto Embrapa Trigo: Paulo Kurtz/Imaculada Lima).

 

Como controlar o mal-do-pé no trigo?

A rotação de culturas é o melhor método de controle desta doença, evitando plantar espécies hospedeiras do fungo por um ou dois anos. Como exemplo podemos citar as aveias, ervilhaca, serradela, canola, nabo forrageiro e tremoço. Para que esta prática seja efetiva, deve-se também eliminar a presença de plantas daninhas que sejam hospedeiras do fungo, e manter sempre limpos os implementos utilizados. Não existem cultivares resistentes à essa doença.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.

PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.

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