Saiba tudo sobre a virose do mosaico-comum no trigo!
Leia sobre o mosaico-comum do trigo e o seu controle.

Esta virose ocorre em diversas regiões produtoras de trigo no mundo, e, no Brasil, ocorre principalmente na região sul, até o sul do Paraná, causada pelo vírus Soil-borne wheat mosaic virus (SBWMV). Geralmente a doença se limita a determinadas áreas da lavoura, mas, quando as condições ambientais são favoráveis, pode ocorrer em grandes áreas, atacando culturas como trigo, cevada, centeio, triticale e outras gramíneas.
O vírus SBWMV é transmitido pelo Polymyxa graminis, parasita das raízes das plantas que pode transmitir várias espécies de vírus. Este organismo é favorecido em épocas frias (10ºC a 15ºC) e úmidas, e solos com pH neutro ou ligeiramente alcalino. Já em épocas desfavoráveis, sobrevive através de estruturas de resistência. Já foram relatados casos de ocorrência da doença após cinco anos de pousio no inverno.
Sintomas e diagnóstico do mosaico-comum no trigo
O mosaico se caracteriza pela alternância entre tecidos sadios e doentes. Por exemplo, nas folhas, ocorrem áreas verdes e áreas descoloridas (geralmente amareladas) de forma alternada. Também ocorre retardamento do crescimento, possível falta de espigamento e, dependendo da cultivar, enrosetamento (formação exagerada de brotações curtas). Geralmente as áreas atacadas ficam bem definidas, preferencialmente em regiões com drenagem ineficiente do solo.
O diagnóstico da doença é feito através da presença de estruturas de resistência de Polymyxa graminis nas raízes, detecção dos sintomas na parte aérea de plantas suscetíveis e realização de testes sorológicos
Sintomas de mosaico comum atribuídos ao Soil-borne wheat mosaic virus (SBWMV) em folha de trigo. (Foto: Douglas Lau, Embrapa Trigo).
Controle do mosaico-comum no trigo
O controle desta doença pode ser feito através de cultivares resistentes geneticamente ao vírus. Como o vetor possui longo período de sobrevivência e ataca diversas plantas hospedeiras, o controle através de outros métodos não é tão simples. As áreas que possuem histórico de ocorrência do vírus devem ser evitadas, principalmente quando forem usadas cultivares suscetíveis. Pode ser feita a rotação de culturas evitando espécies suscetíveis, tais como centeio, cevada, triticale e gramas do gênero Bromus spp, bem como a remoção de plantas daninhas hospedeiras. Também pode ser utilizado fungicida nas sementes de trigo trazendo algum benefício, e aumento da dose de fertilizantes nitrogenados.
Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo
Referências:
BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.
PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.