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Soja sinaliza melhoria de preços (?)



Argemiro Luís Brum

Neste mês de março, os três principais elementos formadores do preço da soja aos produtores brasileiros (Chicago, câmbio e prêmio nos portos) melhoraram suas posições, permitindo uma pequena reação nos preços internos da oleaginosa. Os mesmos, depois de chegarem até R$ 107,00/saco no mercado gaúcho, estão agora ao redor de R$ 112,00. Esta nova realidade tem feito com que diferentes analistas prevejam melhoria ainda maior destes preços, especialmente no segundo semestre, com estes podendo alcançar valores entre R$ 125,00 e R$ 135,00/saco. Não é impossível, porém, muitos fatores ainda precisam ser monitorados.

Em primeiro lugar, Chicago efetivamente subiu, ganhando quase um dólar por bushel nos primeiros 21 dias de março, considerando o primeiro mês cotado. Boa parte disso se deu em função de aumentos nos valores dos derivados farelo e óleo, estes puxados por preocupações com a safra Argentina (este país é o maior exportador mundial destes derivados). Todavia, por enquanto o vizinho país continua indicando uma safra de soja ao redor de 52 milhões de toneladas, após as 20 milhões da frustrada colheita passada.

Por outro lado, exatamente neste dia 28/03 o USDA anuncia a intenção de plantio de verão nos EUA, assim como os estoques trimestrais posição 1º de março. No primeiro caso, há indicativos de aumento na área de soja em relação ao milho. Aliás, as recentes altas em Chicago podem estar ligadas a estratégia dos operadores em estimular os produtores estadunidenses a semearem mais soja. Assim, a área que ali for indicada dará a nova tendência em Chicago: ou mantêm preços mais firmes ou provoca um recuo nas cotações (a partir daí o clima nos EUA ditará o jogo). Pelo lado do câmbio, o mesmo vem testando o teto dos R$ 5,00/dólar após muitos meses, diante da redução do juro básico, das dificuldades fiscais do governo, e de falas do Presidente da República em relação ao mercado. Não há espaço para disparada cambial, mas....

Enfim, os prêmios estão melhorando, especialmente para o segundo semestre, abandonando o lado negativo. A tendência é eles se tornarem mais elevados nos meses futuros. Assim, talvez o pior momento dos preços da soja já tenha passado, porém, ainda é cedo para estabelecer até onde este início de reversão possa ir.

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