Classificação de contaminantes é tema de workshop promovido pela Abrapa, em Minas Gerais
Abrapa promove workshop sobre contaminantes no algodão

Nos dias 2 e 3 de setembro, a Associação Brasileira dos Produtores de algodão (Abrapa) promoveu na sede da Associação Mineira dos Produtores de algodão (Amipa) o Workshop de Classificação de Contaminantes em Pluma. Unindo conhecimento e prática, o curso instruiu 22 profissionais de qualidade sobre a metodologia de análise que é adotada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Sendo uma referência universal, a metodologia que é utilizada em arbitragens comerciais e garante a qualidade das melhores fibras produzidas no mundo há mais de 10 anos. Participaram do workshop representantes de tradings, laboratórios, associações estaduais e da indústria têxtil.
Anicésio Resende, gerente da Anicésio Resende, gerente do Minas Cotton, Central de Classificação de Fibra de Algodão da Amipa, , elogiou o workshop e destacou a importância da parceria entre as entidades. “A parceria entre a Abrapa e a Amipa reforça o compromisso do setor com a qualidade e a transparência do algodão brasileiro. Foi um momento muito rico de troca de experiências, aprendizado técnico e alinhamento de estratégias que fortalecem toda a cadeia produtiva.”, afirmou Resende.
De acordo com o Gerente de Qualidade da Abrapa, Deninson Lima, responsável por ministrar o curso, “o workshop foi muito importante para esclarecer aos representantes da cadeia sobre os gargalos gerados pela ausência de um padrão para classificação de contaminantes e a importância dessa especificação para o algodão brasileiro”.
Transparência que valoriza o algodão brasileiro
A contaminação da pluma é um problema recorrente na produção do algodão. No caso brasileiro, os contaminantes mais comuns são o plástico, a casca da semente, restos de caule, capim e picão, que impactam diretamente o rendimento da indústria de fiação e a qualidade final do fio. O fato de o Brasil ainda não adotar um padrão chamou atenção dos participantes do workshop, que concordaram que a falta de dados e de padronização geram um impacto negativo para a comercialização do algodão brasileiro.
Para Deninson Lima, “Com a falta de transparência em relação aos contaminantes os compradores tendem a pagar menos e em alguns casos, utilizar o algodão brasileiro em menor quantidade, pois têm o receio da pluma acabar por comprometer o processo de fiação e terem prejuízos. Wokshops como esse, que reúnem classificadores, técnicos e industriais, são ainda mais importantes, por alinhar critérios enquanto não adotamos o padrão mundial.”
A ausência de dados regionais sobre contaminantes na pluma dificulta a adoção de medidas mais eficazes para reduzir o problema. Sem uma base estatística, produtores e unidades de beneficiamento ficam sem parâmetros claros para identificar e combater as causas da contaminação, comprometendo a qualidade da fibra e, consequentemente, seu valor de mercado.
Programa de qualidade da Abrapa
A realização do Workshop de Classificação de Contaminantes em Pluma faz parte do plano de ação de qualidade da Abrapa. Em parceria com as associações estaduais, a entidade tem realizado cursos, workshops, dias de campo e missões internacionais focados na melhoria e valorização da fibra brasileira.
Para Resende, a iniciativa coloca o Brasil em sintonia com os melhores padrões globais de qualidade da fibra, “Essa ação, somada as práticas que já tivemos a oportunidade de conhecer em treinamentos nos Estados Unidos, coloca o Brasil em sintonia com os melhores padrões globais e em posição de destaque entre os países fornecedores de fibra. Também oferece segurança ao produtor para adotar medidas de mitigação em todas as etapas da produção, o que contribui para a melhoria contínua da qualidade do algodão brasileiro.”
E completou: “Os esforços da Abrapa pela melhoria da qualidade da fibra brasileira fortalecem a imagem do nosso algodão no mercado internacional, transmitindo transparência, responsabilidade e evolução constante em boas práticas. Isso gera mais confiança entre os compradores e amplia a competitividade do produto brasileiro”.