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Workshop com pesquisadores alemães promove intercâmbio com foco em doenças da mandioca

Evento reuniu cientistas do Brasil e Alemanha para debater doenças da mandioca



Foto: Canva

A Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) realizou, entre os dias 10 e 12, com a presença de dois pesquisadores do Leibniz Institut DSMZ, da Alemanha, o 2o Workshop Técnico-científico sobre Doenças Emergentes da Mandioca, com foco em couro de sapo e superbrotamento, as principais doenças da cultura no Brasi.

Participaram das atividades os pesquisadores Saulo Oliveira que, em 2023 foi cientista visitante do DSMZ desenvolvendo pesquisas na identificação e desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico das duas doenças, e Eder Oliveira, os analistas Andresa Ramos e Luciano Pinheiro, além de bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. "Todos eles têm experiência com os processos. O que fizemos com o workshop foram ajustes em procedimentos e rotinas relacionadas principalmente à extração de RNA, aproveitando a expertise de Stephan Winter e Samar Sheat. Verificamos todo o processo, desde a extração do DNA, o PCR em tempo real, que é a nossa ferramenta de ponta, até o sequenciamento de genomas por ferramentas de alto desempenho”, detalhou Saulo.

Samar, que trabalha com a cultura há 12 anos, principalmente com doenças viróticas, falou sobre o intercâmbio com os pesquisadores brasileiros: ”Ciência não é somente a parte de laboratório, ela precisa ter uma aplicação prática. É muito bom estar aqui, tendo essa troca de conhecimentos com Saulo, Eder e sua equipe e ir até o local onde as doenças realmente acontecem”. 

A mandioca não é produzida nem é uma cultura regulamentada pela Alemanha e, por isso, o DSMZ é um hub para receber e coletar doenças dos países produtores, podendo receber todas as coleções de vírus para ajudar, por exemplo, nos processos de seleção de variedades resistentes a doenças. O laboratório é um dos principais especializados em vírus de plantas no mundo.

Stephen Winter, fitopatologista da cultura da mandioca há 30 anos com experiência em virologia, contou um pouco da realidade do Amapá com a vassoura-de-bruxa. "Sobretudo na região Norte, o povo depende da mandioca como cultura principal. Não dá pra dizer, de uma hora pra outra, para deixarem de cultivar mandioca, mas, sem nenhuma intervenção da pesquisa, existe uma grande chance de perderem toda a enorme diversidade que eles têm. É preciso convencer essas pessoas de que a pesquisa é parte da solução e que não vai se aproveitar dos resultados sem que eles, os interessados, sejam beneficiados. É preciso sair do discurso da importância e partir para ação, executar o que for possível para resolver o problema”, afirmou.

A maior parte do trabalho foi realizada no Laboratório de Biologia Molecular, mas os visitantes também conheceram o Laboratório de Fitopatologia e a câmara térmica da UD, capaz de gerar, por meio da termoterapia, plantas de mandioca com alta qualidade fitossanitária, livres de patógenos sistêmicos, como vírus e bactérias.

No sábado o trabalho foi relacionado ao levantamento de linhas de pesquisa a serem contempladas por um memorando de entendimento entre Embrapa e DSMZ.

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