Adubação foliar de enxofre é insubstituível, afirma especialista
Para corrigir e solucionar os problemas de deficiência nutricional
Segundo Vieira, que é supervisor de Mercado da Yara Fertilizantes, “um dos grandes benefícios desta adubação é o alto índice de utilização ou aproveitamento pelas plantas dos nutrientes em relação àquela feita via solo. O enxofre é um elemento essencial para as plantas, situando-se no grupo dos macronutrientes, como o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio”.
“Nos solos, 90% do enxofre é encontrado na forma orgânica, porém a grande maioria dos terrenos apresenta deficiência deste elemento, principalmente os solos de regiões com pouca matéria orgânica. Alguns dos fatores que contribuem para a deficiência do enxofre no solo são o uso contínuo de fórmulas com baixo teor ou ausência do nutriente, a alta produtividade de culturas que exportam o elemento pelos grãos e regiões de plantio convencional sem presença da palha na superfície. Além desses, também o uso de queimadas, que causam perdas por volatilização, e a alta relação carbono/enxofre, que dificulta a mineralização”, explica.
“O enxofre desempenha algumas funções essenciais para as plantas, como a formação dos aminoácidos (cisteína, cistina, metionina, taurina), estando, desta forma, presente em todas as proteínas vegetais; e a participação nos processos metabólicos da fotossíntese, por estar em coenzimas como a ferredoxina e na fixação biológica do nitrogênio. Além das funções nutricionais, podemos citar também as fungistáticas, acaricidas e inseticidas do enxofre. Em virtude da escassez desse nutriente nos solos, alguns sintomas de deficiência estão presentes em áreas com agricultura intensiva. São eles: clorose, deficiência de coloração, folhas pequenas, enrolamento das margens das folhas, internódios curtos, redução de florescimento e menor nodulação em leguminosas. Essas manifestações levam, consequentemente, a possíveis quedas de produtividade”, complementa o engenheiro agrônomo.
Vieira explica a diferença em relação a outras substâncias: “Para suprimento do enxofre, as principais fontes recomendadas são sulfato de amônio (24% de enxofre), gesso agrícola (13%) e superfosfato simples como fonte fosfatada(12%), todos de aplicação via solo. Porém, essas formas como são fornecidas na agricultura intensiva não têm sido suficientes para elevação dos níveis do elemento nos solos. A alternativa seria, portanto, a adubação foliar, insubstituível para corrigir e solucionar os problemas de deficiência nutricional incluindo o enxofre”.
“Os resultados obtidos com a utilização desta técnica são excelentes e podem variar de acordo com a cultura, dose, qualidade do produto utilizado e nível tecnológico adotado. A orientação para o produtor é que procure sempre um engenheiro agrônomo para esclarecimento e posicionamento desta técnica”, conclui.