Clima pode assegurar safra recorde de milho em Sorriso (MT)
Maior produtor nacional de soja plantou 380 mil hectares com cereal
O fator clima deve ser fator principal para assegurar ao empresário rural bons índices de produção e produtividade. "Nunca tivemos um clima tão favorável até o momento. 95% do nosso milho foram plantados na janela certa. A média de produtividade esperada é a maior dos últimos anos", explica Nelson Piccoli, diretor-financeiro da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
Produtor rural e ex-presidente do Sindicato Rural do município, Piccoli destaca que a meta é atingir patamar histórico em produtividade, caso o tempo contribua. "O ano em que mais se produziu chegamos a 90 sacas por hectare. Se o clima contribuir, podemos variar destes 90 até 100 sacas. Mas o que vai determinar a produtividade do milho é realmente o clima", acentuou.
Na safra 2011/12 Sorriso destinou ao safrinha 380 mil hectares segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A semeadura encerrou até a primeira quinzena do mês de março. De acordo com Nelson Piccoli, pelo menos 40% das lavouras estão em fase de formação de espiga. Outros 60% em estágio de crescimento.
"Se tudo der certo esta tem tudo para ser a melhor safra de todas", pontuou o diretor da Aprosoja.
Analista de mercado do Imea, Cleber Noronha diz que o fator clima será essencial para o bom desenvolvimento da safrinha de milho ou mesmo para ser tratado como vilão. "O que realmente pode impactar no milho é o clima. Já a média pode variar de produtor para produtor, pois cada um investiu de forma diferente. Há possibilidade de uma produtividade grande e superando o melhor resultado de 80 sacas por hectare", destacou o analista.
Os números do Imea mostram a evolução do milho segunda safra no município que mais produz soja no Brasil. Nas lavouras o cereal tradicionalmente ocupava de 30% a 40% da área de soja. Este ano avançou entre 70% e 75%, conforme destaca Cleber Noronha. "Sorriso conseguiu plantar muito cedo porque colheu a soja cedo. Agora temos que acompanhar as chuvas e como estão as doenças e pragas", ponderou Noronha.
Estradeiro Aprosoja
O município foi uma das cidades visitadas durante o Estradeiro Aprosoja. Uma comitiva formada por representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho, Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e sindicatos rurais, percorre os mais de 2 mil quilômetros entre Cuiabá (MT) a Porto Velho (RO). O objetivo é avaliar o andamento das obras em rodovias como a BR-242, principal elo de ligação do município ao Araguaia Mato-grossense.
Somente na segunda-feira (2), foram cerca de 500 quilômetros entre a MT-130 e a BR-242. Na terça-feira (3), o grupo deslocou-se até Vilhena (RO) em um percurso de 650 quilômetros, pela BR-163 até Nova Mutum, MT- 235 até Sapezal e BR-364 até o destino final.
Em Vilhena, um rápido encontro entre produtores de Mato Grosso e do estado vizinho marcou a sequência dos trabalhos na terça-feira (3).
O último dia de viagem está reservado a uma agenda na capital de Rondônia.
* O jornalista viajou a convite da Aprosoja Mato Grosso.