Depois de estabilidade, preços dos fertilizantes aumentam em Goiás
A uréia e a amônia tiveram a maior alta registrada
Os preços no mercado internacional, nesse momento, estão em ascendência, o que nos leva a prever que os preços aumentarão ainda mais para setembro. Nesse mercado, a única queda registrada foi a do Cloreto de Potássio e todos os demais tiveram elevação de preços na comercialização. A uréia e a amônia tiveram a maior alta registrada. De julho para agosto, a uréia aumentou 8,62% na média nos principais terminais internacionais. Essa recuperação dos preços de uréia no mercado internacional é em virtude do aumento da demanda no mercado latino, indiano e de países do Oriente Médio. O temor de falta de oferta dos produtos tem aumentado as negociações e, consequentemente, o preço tem seguido o ritmo do volume de negociações. Os fosfatados MAP e DAP continuam em curva ascendente e aumentaram pelo menos 3% em relação a julho. Fazendo um comparativo com o mês de agosto de 2009, a média dos preços dos fertilizantes no mercado internacional estão pelo menos 17% mais caros. O MAP, por exemplo, aumentou 50,2% em relação a agosto de 2010, já o potássio caiu 35% no preço comparado ao mesmo período. O mercado local seguiu o histórico. A média de preços no comparativo com o mês de agosto do ano anterior está 11,2% mais caro.
Em Goiás, relativo ao mês de julho, a uréia subiu 11%, o MAP 7,6% e o Super Simples 9,3%. Na média geral, os formulados subiram 6,33% e os elementos simples subiram 8,5%. Nos meses de junho e julho, o aumento na média geral foi irrisório (0,05%) e se manteve praticamente estável, enquanto que nos meses de julho e agosto a variação subiu para 7,4%. Os fosfatados de maneira geral estão ainda em um momento de redução na oferta no mercado e em contrapartida uma maior demanda em todos os mercados mundiais, por esse motivo o produto voltou a subir em agosto nos mercados locais, lembrando que no mês de junho as importações brasileiras aumentaram 44% segundo a ANDA.
Com o aumento na produção de grãos neste ano, particularmente de soja e de cana-de-açúcar, Goiás deverá consumir algo próximo de 1,9 milhões de toneladas de fertilizantes, 12% a mais que na safra anterior.
O mercado de calcário, pouco variável durante o ano, teve leve queda em agosto, saindo de R$ 42 para R$ 40 (preço FOB) a tonelada. O preço do gesso também se manteve estável em R$ 35/tonelada (preço FOB).
Mercado
O mercado de fertilizantes no Centro-Oeste tem tido algumas particularidades. Enquanto que no Sul, especialmente no Paraná, o mercado praticamente foi concluído, em Goiás, acredita-se que o mercado tenha andado até a faixa dos 60%, os 40% restante serão liquidados pelos retardatários que tiveram algum problema com financiamento e pelo mercado do “picadão” que ocorre no período chuvoso (outubro a dezembro). Apesar da boa antecipação de compra os produtores atrasaram a compra dos insumos e o fluxo de importações nos portos está aquecido, o que provoca aumento nos preços dos fretes. As usinas sucroenergéticas continuam cotando e o mercado para esse setor continua bem aceso.
Nos dados de troca de fertilizantes por produtos no mês de agosto, os destaques foram novamente o milho e o feijão, só que desta vez, o inverso. Foram necessários 64 sacas de 60 quilos de milho para a compra de uma tonelada de fertilizante utilizado no plantio, uma variação de -23% relativo ao mês de julho quando foram necessárias 82 sacas por tonelada. Para a soja foram necessárias 24 sacas por tonelada, número praticamente igual ao valor apurado em julho, visto que o preço da saca aumentou quase 3% em relação a julho. O feijão, depois de uma brusca baixa nos preços, necessitou de 9,7 sacas para comprar uma tonelada do insumo, alta de 24% em relação a julho. Para a cana-de-açúcar, o valor também foi semelhante ao apurado em julho onde foram necessárias 24 toneladas da matéria-prima para se comprar uma tonelada de adubo.
A elevação dos preços dos insumos provocou um aumento médio de 2,6% nos custos de produção das principais culturas, já que os fertilizantes respondem por pelo menos 30% do custo total. Em contrapartida, os preços recebidos pelos produtores aumentaram quase 7% na média geral. Não há dúvidas que o aumento nos preços dos produtos agrícolas também provocaram a alta nos preços dos insumos.
A previsão é de continuidade na elevação do preços no mercado local visto o comportamento de preços no mercado internacional e aumento de preços das commodities.
Mercado de Fertilizantes - Regional Goiás | ||||||
FERTILIZANTE (Formulados) | ago/09 | out/09 | jul/10 | ago/10 |
Variação (%) entre Ago/09 e Ago/10 |
Variação (%) entre Jul/10 e Ago/10 |
Adubo (02-20-18 + 3% FTE) | 782,25 | 664,33 | 785,25 | 815,25 | +4,22 | +3,82 |
Adubo (04-14-08 + 0,3% ZN) | 572,75 | 519,00 | 603,25 | 643,00 | +12,27 | +6,59 |
Adubo (04-30-10 + 0,3% ZN) | 774,00 | 710,00 | 838,00 | 898,75 | +16,12 | +7,25 |
Adubo (05-25-15 + 0,3% ZN) | 813,75 | 737,75 | 842,50 | 894,75 | +9,95 | +6,20 |
Adubo (08-20-18 + 0,3% ZN) | 865,75 | 746,50 | 855,25 | 896,00 | +3,49 | +4,76 |
Adubo (12-06-12) | 658,00 | 612,75 | 633,33 | 659,33 | +0,20 | +4,11 |
Adubo (20-00-20) | 820,00 | 780,00 | 725,00 | 745,00 | -9,15 | +2,76 |
Preços médios dos produtos em Reais (R$) | ||||||
FERTILIZANTE (matéria-prima) | ago/09 | out/09 | jul/10 | ago/10 |
Variação (%) entre Ago/09 e Ago/10 |
Variação (%) entre Jul/09 e Ago/10 |
Adubo (Cloreto de Potássio) | 1.288,75 | 1.213,33 | 937,75 | 961,25 | -25,41 | +2,51 |
MAP | 820,00 | 810,00 | 1.110,00 | 1.195,00 | +45,73 | +7,66 |
Adubo (Sulfato de amônio) | 511,25 | 519,00 | 539,25 | 555,00 | +8,56 | +2,92 |
Adubo (Super 03-17-00) | 438,33 | 415,50 | 520,00 | 568,50 | +29,70 | +9,33 |
Adubo (Uréia Agrícola) | 851,25 | 723,50 | 801,75 | 890,00 | +4,55 | +11,01 |
A análise dos preços de fertilizantes é realizada mensalmente pela Gerência de Estudos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).
Gerente de Estudos Técnicos e Econômicos: Edson Alves Novaes
Responsável técnico: Alexandro Alves dos Santos