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Engenheiros Agrônomos desbravando novas fronteiras agrícolas

No dia dedicado a estes profissionais, Júlio Lautert fala sobre seu trabalho no oeste baiano


No dia dedicado a estes profissionais, Júlio Lautert fala sobre seu trabalho no oeste baiano

“De forma oculta ou efetiva, a participação do engenheiro agrônomo é preponderante e essencial para a continuidade do desenvolvimento, embora muitas vezes esta profissão não seja reconhecida pela sua importância eclética e estratégica”. A afirmação é de Júlio César Moreira Lautert, um profissional que fez de sua atividade uma dedicação ao solo e ao desenvolvimento da região oeste da Bahia.

Natural de São Luiz Gonzaga (RS), Lautert graduou-se em Engenharia Agronômica pela PUC de Uruguaiana (RS), em dezembro de 1986 e, em Administração de Empresas pela UNIJUÍ-RS em 1988. Na época, por influência de parentes, ele visitou algumas regiões produtoras de soja no Cerrado do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia. O oeste baiano, com a topografia plana de grandes extensões (facilidade de mecanização), porém com solo bastante arenoso (média de 20% de argila) e baixa fertilidade, aparentemente um solo frágil, chamou a atenção do jovem agrônomo.

Ainda no ano de 1988, ele optou pelo estado da Bahia para iniciar sua carreira profissional. O ritmo de crescimento da região já impressionava, mostrando o potencial produtivo e a aptidão agrícola, mesmo com a carência de infraestrutura (estradas e comunicação), informações técnicas e dados históricos regionais. “Hoje o que percorremos em duas horas, levávamos mais de quatro horas, contando com a sorte de não atolarmos no areião ou ficarmos com o carro empenhado nas poças d´água que chegavam ao capô dos automóveis”, conta. Na época, a área plantada de soja no Oeste da Bahia era de 243.000 ha e a produtividade média de 1.500 Kg/ha.

                                                                        Julio Lautert em 1989 na Região das Placas – Barreiras/BA

Lautert viu e participou do nascimento e desenvolvimento das cidades de Luis Eduardo Magalhães e do crescimento de Barreiras. “Luis Eduardo Magalhães começou com um posto de gasolina e hoje é uma cidade de mais de 48 mil habitantes. Juntamente com Barreiras conta com uma ampla rede de serviços, comércio, redes de ensino e institutos de pesquisa”, fala com orgulho.

Durante sete anos, Lautert atuou na área de consultoria e planejamento agrícola, com foco nas culturas de soja, milho, arroz e feijão. Na ocasião, foi implantado o sistema de plantio direto na região. Nos 12 anos seguintes, ele trabalhou em empresa multinacional, inicialmente com a cultura do milho, no oeste da Bahia, e em algumas regiões dos estados do Ceará e Pernambuco. Após, se dedicou a cultura da soja, no segmento de sementes certificadas, ocasião em que participou ativamente do lançamento da soja RR, a chamada soja transgênica, atuando com sementeiros da Bahia, Tocantins, Maranhão e Piauí. Recentemente, teve oportunidade de trabalhar com sementes de algodão, também cultivares geneticamente modificadas, mercado crescente que está contribuindo para a obtenção de altas produtividades.

Morando atualmente em Barreiras (BA), Lautert atua na região do Cerrado nos estados da Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins, onde trabalha com investimentos em empreendimentos agrícolas. A experiência acumulada com as principais culturas e em vários estados do cerrado, permite-lhe uma visão global dos mercados para atuar em planejamento estratégico. “Hoje, fala-se muito em sustentabilidade, mas convivemos há muito tempo com os conceitos e práticas de preservação dos recursos naturais, onde o plantio direto é a grande bandeira das práticas conservacionistas”, assinala.

Hoje, o engenheiro agrônomo fala com emoção de todo trabalho desenvolvido na região. “É um misto de satisfação e orgulho ter participado desta história, acompanhando a evolução dos pioneiros que fincaram os alicerces da contínua chegada de novos empreendimentos, que estão diversificando a matriz produtiva regional”. A região Oeste da Bahia já cultiva mais de 1,7 milhão de hectares, sendo que vários produtores em condições de sequeiro, conseguem produtividade de soja acima de 4.200 Kg/ha, milho com médias acima 12 t/ha e algodão com médias acima de 300 @/ha, colocando o estado em destaque internacional no cenário agrícola. Mas, como a região ainda continua com áreas de expansão, na safra 2009/2010 nos 1.050.000 ha de soja, a produtividade média foi de 3.060 Kg/ha.

Lautert conta que a Embrapa teve um importante papel no desenvolvimento agrícola do Cerrado, e não foi diferente no Oeste da Bahia. “Foram vários desafios. No início a falta de dados históricos técnicos e climáticos, depois as adversidades que surgiram, como a doença do cancro da haste na cultura da soja”, lembra. Já em 1998, como Diretor da AEAB (Associação dos Agrônomos), ao lado de Joaquim Santana, fez parte do grupo que idealizou a criação da Fundação Bahia. Inicialmente focada na pesquisa de novas cultivares de soja, hoje a entidade é referência na área de pesquisa para as principais culturas do cerrado.
 
 
                                                            Julio Lautert durante Dia de Campo em Porto Nacional- TO, em 2001

“A participação dos engenheiros agrônomos no desenvolvimento agrícola desta região foi e é muita significativa, seja nos órgãos de pesquisa, empresas de consultoria, empresas multinacionais e extensão rural. Diuturnamente este profissional labuta de diversas formas para o desenvolvimento da matriz produtiva de diversas regiões, principalmente nas regiões de fronteira. Por isso, orgulho-me de participar desta classe”, diz.

Aos profissionais ousados assim como ele, fica um recado: “Quem tem um espírito aventureiro, mas com responsabilidade, encontra nestas regiões diversas oportunidades para desenvolver sua carreira, com atuação direta nos meios de produção. Mas, diria que o tempo passa muito rápido, então os novos profissionais devem escolher seus caminhos, fazer seus planos, sem esquecer seus sonhos. Abraçar com dedicação e muito trabalho, pois o destino de cada um depende de si mesmo”.

No Dia do Agrônomo, Lautert destaca a importância desses profissionais, que de forma significativa, participam do desenvolvimento agrícola das novas fronteiras do Brasil. “Comemore, pois quem tem dedicação e gosta do que faz, merece e tem motivos para confraternizar, pois esta profissão proporciona um nível de satisfação diferenciada”.

O Portal Agrolink parabeniza todos os Engenheiros Agrônomos!

*Colaborou Lucas Amaral

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