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Pesquisa analisa quantidade de carbono no solo por meio da luz emitida

Projeto faz parte da Rede AgroRecicla


Projeto faz parte da Rede AgroRecicla

Num momento em que o planeta todo debate os efeitos das mudanças climáticas, provocadas, entre outros, pela concentração do gás carbônico na atmosfera, a Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), apresenta os primeiros resultados dos testes que estão sendo realizados com um sensor para avaliar, em segundos, a estabilidade do carbono no solo. A apresentação é hoje, 28, durante o I Workshop da Rede AgroRecicla, que vai até amanhã, dia 29, com a participação de pesquisadores de 11 unidades da Embrapa e representantes de 10 instituições, incluindo universidades, sendo duas internacionais, empresas privadas e órgãos de pesquisa.O estudo é da pesquisadora Débora Milori, também líder do projeto da Rede AgroRecicla, criada em 2008, com aporte de recursos de quase R$ 450 mil reais, visando à incorporação de novos métodos de reciclagem de resíduos e geração de novos usos de materiais e aplicações.

Por meio da análise da luz emitida, técnica conhecida como espectroscopia, é possível quantificar o conteúdo de carbono no solo e sua estabilidade em diferentes ecossistemas. Com esse estudo, é possível estabelecer estratégiaspara que a agricultura possa contribuir positivamente com a mitigação dos efeitos causados pelo aumento da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera. De acordo com a pesquisadora, a estabilidade deste carbono no solo é um dado extremamente relevante, uma vez que, caso o carbono esteja em estruturas lábeis (moléculas de fácil degradação), facilmente será mineralizado retornando para a atmosfera na forma de CO2. “A quantificação do estoque de carbono no solo e a avaliação de seu grau de estabilidade são, portanto, medidas importantes no processo de identificação das práticas agrícolas mais adequadas com intuito de seqüestrar carbono da atmosfera”, explica.

Para realizar os testes, a Embrapa Instrumentação desenvolveu um equipamento compacto capaz de avaliar o teor e a estabilidade da matéria orgânica do solo, por meio da emissão de luz do material quando excitado por algum processo específico. Esta luz emitida consiste numa impressão digital do material, e pode ser utilizada em pesquisas para o acompanhamento de reações químicas, estudos estruturais, interações moleculares, entre outros. Estão sendo analisados ainda solos da Nova Zelândia, África e Peru.

Débora explica que a matéria orgânica do solo emite luz azul-esverdeada quando excitada com luz azul ou ultravioleta. “Esta emissão característica nos dá informações a respeito do carbono no solo. O instrumento desenvolvido utiliza esta propriedade óptica da matéria orgânica do solo para medir teor e estabilidade do carbono no solo”.

A pesquisa foi apresentada na 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações  Unidas sobre Mudança do Clima, em dezembro de 2009, em Copenhague (Dinamarca).

As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Instrumentação Agropecuária.

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