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Preços de fertilizantes em Goiás se mantêm estáveis em julho

No mercado local a Uréia subiu 1,92% e o Sulfato de Amônio 2,39%, enquanto que o Cloreto de Potássio caiu 1,98%


Os insumos fertilizantes em Goiás que fecharam o primeiro semestre do ano de 2010 com a menor média do ano se mantiveram praticamente estáveis em julho; o fechamento médio foi de R$ 828,49 por tonelada de produto. O destaque foi o leve aumento nos preços dos nitrogenados e a queda nos preços de potássio e fosfatados no mercado interno, o que proporcionou certo equilíbrio na média geral de preços relativos ao mês anterior, onde o aumento foi de 0,06% comparado aos preços verificados em junho. Tanto os formulados quanto as matérias-primas para venda direta subiram no mesmo patamar da média geral.

Os preços nesse momento estão em leve ascendência, mas nada de muito expressivo, já que no mercado internacional, na média geral, os preços caíram 0,1% em julho, porém em leve alta neste momento, o que deverá refletir em preços um pouco maiores em agosto.

No mercado internacional a maior queda registrada foi novamente do enxofre (-25,0%). Outro destaque foi o potássio que nesse momento vem despencando de preço. A Uréia foi à grande vilã dos aumentos e nesse momento continua subindo. De junho para julho a Uréia aumentou 7,13% na média nos principais terminais internacionais. Essa recuperação dos preços de Uréia no mercado internacional é em virtude da entrada no mercado de América Latina, Índia e Oriente Médio e uma perspectiva de maior demanda em função de um pensamento de que haveria limitação do produto. O mercado ainda continua altamente especulativo. O fostatados MAP e DAP continuam em curva ascendente e aumentaram pelo menos 2,2% em relação a junho.

No mercado local a Uréia subiu 1,92% e o Sulfato de Amônio 2,39%, enquanto que o Cloreto de Potássio caiu 1,98%. Os fosfatados de maneira geral estão num momento de redução na oferta no mercado e em contrapartida uma maior demanda em todos os mercados mundiais, por esse motivo o produto voltou a ter recuperação de preços no mês de junho. Foi o que aconteceu no mercado interno de Super Simples. As perspectivas do mercado de fosfatos continuam bastante firmes nesse momento.

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou os dados estatísticos relativos ao mês de junho com um volume entregue de 1,7 milhões de toneladas, volume este 5,4% menor em relação ao mesmo período de 2009. A produção nacional teve aumento de 1% em relação a 2009 e o maior destaque foram nas importações de matéria-prima. Até junho já forma importados um volume quase 80% maior em relação ao mesmo período de 2009. Somente no mês de junho as importações aumentaram 44,2%. Isso evidencia o previsto no inicio do ano quando citamos a melhor programação de importações e produção que as unidades industriais iriam fazer. As usinas estão preparadas para a demanda do 2º semestre do ano no país.

As expectativas no campo são promissoras. Somente a cana-de-açúcar deverá consumir 2,93 milhões de toneladas de adubo. Mato Grosso é o principal consumidor de fertilizantes. A previsão é de 5 milhões de toneladas. O lado negativo nesse cenário é que o Brasil, quarto consumidor mundial de fertilizantes, atrás da China, da Índia e dos EUA, ainda importa 65% dos nutrientes usados na fabricação, o que representa um custo anual de U$ 5 bilhões para o bolso dos agricultores. Com o aumento na produção de grãos neste ano, particularmente de soja e de cana-de-açúcar, o Brasil deverá bater o recorde na utilização de fertilizantes agrícolas, atingindo algo próximo de 25 milhões de toneladas. Segundo a ANDA, esse número supera os 24,6 milhões de toneladas de 2007, maior volume comercializado até então.

O mercado de calcário, pouco variável durante o ano, se manteve ficando na casa dos R$ 42,00 (preço FOB) a tonelada. O preço do gesso também se manteve estável em R$ 35,00 / tonelada (preço FOB);

Mercado

O mercado goiano de fertilizantes no momento é aquecido pelas Usinas Sucroenergéticas, grandes compradoras, e as lavouras de cana-de-açúcar continuam consumindo fertilizantes para novos plantios e manutenção das áreas de soca.

Os grandes produtores de grãos já anteciparam bem suas aquisições e acredita-se que em Goiás 60% do mercado já aconteceu, o restante será concluído até o fim de novembro, especialmente pelo mercado chamado de “picadão” e por outros retardatários que não conseguiram em tempo hábil o financiamento. O indicativo de que estamos realmente voltando para a tradicional entrega de 35 por cento do volume no primeiro semestre e 65 por cento no segundo no Brasil parece não estar acontecendo em Goiás visto que boa parte dos produtores já anteciparam a compra e o crédito para muitos ainda não foi disponibilizado. Os produtores aproveitaram o bom momento que apresentava dólar enfraquecido com preços mais baixos e anteciparam suas compras.

Nos dados de troca de fertilizantes por produtos no mês de julho, os destaques foram o milho e o feijão. São necessários 82,63 sacas de 60 kg de milho para a compra de uma tonelada de fertilizante utilizado no plantio, uma variação de 28,5% maior relativo ao mês de junho quando foram necessárias 64,29 sacas por tonelada. Para a soja foram necessárias 24,11 sacas por tonelada, valor 4,5% menor que o registrado no mês anterior. O feijão, depois de uma brusca baixa nos preços, necessitou 7,8 sacas para comprar uma tonelada do insumo, alta de 13,24% em relação a junho. A menor variação se deu na cana-de-açúcar onde foram necessárias 24 toneladas da matéria-prima para se comprar 1 tonelada de adubo, valor 12% menor que mês passado. O mercado de trocas ainda é muito utilizado pelos agricultores empresariais e se encontra forte nesse momento.

Os preços no mês de julho se mantiveram estáveis e o mercado goiano deve continuar ainda tímido e pelos indicativos do mercado internacional, uma possível alta de preços para agosto pode acontecer.
 
Mercado de Fertilizantes - Regional Goiás
FERTILIZANTE (Formulados) jul/09 out/09 jun/10 jul/10

Variação (%)

entre Jul/09 e

Jul/10

Variação (%)

entre Jun/10 e

Jul/10

Adubo (02-20-18 + 3% FTE) 830,00 664,33 764,33 785,25 -5,39 2,74
Adubo (04-14-08 + 0,3% ZN) 565,00 519,00 587,67 603,25 6,77 2,65
Adubo (04-30-10 + 0,3% ZN) 784,67 710,00 820,00 838,00 6,80 2,20
Adubo (05-25-15 + 0,3% ZN) 841,67 737,75 836,00 842,50 0,10 0,78
Adubo (08-20-18 + 0,3% ZN) 907,33 746,50 874,33 855,25 -5,74 -2,18
Adubo (12-06-12) 685,00 612,75 615,00 633,33 -7,54 2,98
Adubo (20-00-20) 894,67 780,00 727,50 725,00 -18,96 -0,34

 

Preços médios dos produtos em Reais (R$)
FERTILIZANTE (matéria-prima) jul/09 out/09 jun/10 jul/10

Variação (%)

entre Jun/09 e

Jul/10

Variação (%)

entre Jun/10 e

Jul/10

Adubo (Cloreto de Potássio) 1.408,33 1.213,33 956,67 937,75 -33,41 -1,98
MAP 900,00 810,00 1.115,00 1.110,00 23,33 -0,45
Adubo (Sulfato de amônio) 510,00 519,00 526,67 539,25 5,74 2,39
Adubo (Super 03-17-00) 417,50 415,50 505,00 520,00 24,55 2,97
Adubo (Uréia Agrícola)

A análise dos preços de fertilizantes é realizada mensalmente pela Gerência de Estudos
Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).

Gerente de Estudos Técnicos e Econômicos: Edson Alves Novaes
Responsável técnico: Alexandro Alves dos Santos
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