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Como mitigar as perdas com cigarrinha-do-milho na nova safra?

Desafios e estratégias no combate à cigarrinha-do-milho



Foto: Divulgação FAESC

A cigarrinha-do-milho, praga conhecida cientificamente como Dalbulus maidis, tem causado prejuízos às plantações de milho no estado do Rio Grande do Sul. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), este inseto, de coloração branco-palha e aproximadamente 0,5 cm de comprimento, alimenta-se da seiva do milho e deposita ovos sob a epiderme das folhas. A infecção por molicutes, microrganismos que proliferam no floema das plantas, é transmitida na fase inicial do desenvolvimento das plântulas, levando aos sintomas de enfezamento apenas na fase de produção. A cigarrinha sobrevive exclusivamente no milho e migra entre lavouras conforme a idade das plantas.

O Dr. Glauber Renato Stürmer, pesquisador em entomologia da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), destacou que estudos realizados pelo Setor de Entomologia apontam que os danos causados pela cigarrinha vão além da perda de produtividade. A infestação está ligada ao aumento de micotoxinas como DON, zearalenona e fumonisinas, que ultrapassam os níveis seguros para consumo animal, afetando a reprodução e a produtividade leiteira. Assim, o manejo eficaz da cigarrinha é essencial para garantir tanto a quantidade quanto a qualidade dos grãos e da silagem.

De acordo com o pesquisador, um estudo revelou que 100% das plantas voluntárias de milho coletadas no RS estavam infectadas com vírus e/ou fitoplasmas. Isso reforça a necessidade de um manejo adequado, incluindo o uso de herbicidas antes das geadas, para evitar a disseminação de viroses transmitidas por cigarrinhas e pulgões, como o Rhopalosiphum maidis. Monitorar e controlar esses vetores é vital para evitar perdas na produção de milho.

Segundo Stürmer, algumas ações são fundamentais para enfrentar a praga, como o uso de cartelas adesivas para monitorar a pressão populacional e a sincronização da semeadura com o manejo, especialmente considerando o efeito concentração das pragas nas primeiras áreas emergidas. É importante conhecer a tolerância genética do híbrido a ser semeado e considerar a semeadura de diferentes híbridos na propriedade para gerenciar risco e estabilidade.

"A necessidade de utilizar ferramentas químicas e biológicas eficientes para o controle de cigarrinha são primordiais. Devemos ter um olhar para outros insetos no sistema que também requerem atenção, sendo que a primeira aplicação deve ser focada em percevejos e a segunda em produtos com ação efetiva para cigarrinhas adultas. A partir da terceira aplicação de inseticida, deve-se atentar na necessidade de controlar ninfas e adultos de cigarrinha. Assim, a possibilidade de utilização de inseticidas que tenham ação nessas fases de desenvolvimento do inseto pode promover o que chamamos de quebra do ciclo e redução da reinfestação e, consequentemente, as perdas podem ser minimizadas" explica Stürmer.

De acordo com o Dr. Glauber Renato Stürmer, o buprofezina, um novo ativo químico, tem se mostrado eficaz no controle de ninfas e na redução da fertilidade dos adultos, além de contribuir para o manejo de resistência. O protocolo de aplicações com buprofezina, acefato e metomil mostrou que a inclusão de buprofezina aumentou a produtividade em até 1467 kg de grãos por hectare, destacando-se como uma ferramenta valiosa no combate à Dalbulus maidis. A integração de diversas táticas de manejo é essencial para proteger a produtividade e a rentabilidade das lavouras de milho.

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