Chuvas irregulares favorecem parte das lavouras, mas preocupam trigo e algodão

O mês de julho foi marcado por chuvas distribuídas de forma desigual no Brasil, beneficiando cultivos de inverno no Sul e a colheita de milho e algodão em outras regiões, mas também gerando atrasos e impactos pontuais. Enquanto volumes mais expressivos mantiveram a umidade do solo no Sul, o clima seco predominou no Centro-Oeste e Sudeste, acelerando a maturação de grãos.

Segundo o relatório Agro Mensal Itaú BBA, no Rio Grande do Sul as geadas não causaram danos significativos ao trigo, que ainda está em fase inicial, mas no Paraná lavouras mais avançadas podem ter sofrido perdas. Já no algodão, o frio e as chuvas atrasaram a colheita, com preocupação sobre a qualidade da pluma em estados como Maranhão e Bahia.

Nos Estados Unidos, o cenário foi amplamente favorável, com o milho apresentando potencial para a maior safra da história. A soja e o algodão também registraram bom desenvolvimento, apoiados por clima estável e luminosidade adequada para polinização e enchimento de grãos.

As projeções climáticas para agosto indicam temperaturas mais baixas e chuvas concentradas no Sul, com possibilidade de geadas no RS, SP e até no Sul de MG. Modelos divergem sobre setembro, mas a tendência é de maior volume de precipitação.

A NOAA elevou para 75% a probabilidade de condições neutras do fenômeno El Niño/La Niña até setembro, reduzindo riscos de eventos extremos na safra de verão. Ainda assim, o acompanhamento climático segue essencial, especialmente após as perdas recentes causadas pela irregularidade das chuvas no Sul.

Com a previsão de La Niña a partir de outubro, produtores devem redobrar a atenção na tomada de decisões de plantio e manejo, buscando reduzir impactos de possíveis extremos climáticos no final de 2025.