Milho deve subir até janeiro
Outro ponto de pressão vem do avanço do milho brasileiro

O mercado de milho segue em atenção às movimentações do Brasil e dos Estados Unidos, com tendências que podem impactar diretamente os preços ao longo do segundo semestre. Segundo informações da TF Agroeconômica, a exportação ganha protagonismo nesse período, mas os gráficos do CEPEA são os que refletem melhor o movimento sazonal do cereal, caracterizado por um padrão em “V”. A expectativa é de alta nos preços até dezembro/janeiro, quando a colheita da safra de verão começa a pressionar as cotações.
De acordo com a Conab, em seu boletim de agosto, a próxima área de milho no Brasil deve registrar queda, influenciada pelos preços baixos do cereal. Caso essa redução se confirme, há chance de os valores se manterem mais elevados do que os observados neste ano, no mesmo período. Nesse cenário, especialistas lembram que uma das estratégias mais recomendadas nos mercados de grãos é agir de forma contrária à maioria: se os demais diminuem área, aumentar pode ser um diferencial competitivo. Já para a safra atual, a recomendação é avaliar os custos de carregamento — financeiros e de armazenagem — antes de decidir entre segurar ou vender o produto.
Entre os fatores de alta, destacam-se o bom ritmo das exportações americanas e a confirmação de novas vendas pelo USDA, além do tempo seco em regiões do Meio-Oeste dos EUA. Já entre os fatores de baixa, pesam os preços ainda próximos das mínimas históricas, as estimativas de produtividade recorde em estados como Iowa e Minnesota e a projeção da ProFarmer, que prevê safra de 411,6 milhões de toneladas nos EUA, aproximando-se dos 425,26 milhões estimados pelo USDA.
Outro ponto de pressão vem do avanço do milho brasileiro e argentino no mercado internacional. A AgResource destacou que as exportações do Brasil seguem fortes, com fila de embarques em agosto que pode chegar a 7,88 milhões de toneladas, contra 5,43 milhões no mesmo período de 2024. A consultoria também projeta produção brasileira de 138,44 milhões de toneladas em 2025/26, enquanto a Argentina deve colher 54,12 milhões, alta de 10% em relação ao ano anterior. O USDA, por sua vez, trabalha com números próximos: 131 milhões para o Brasil e 53 milhões para a Argentina.