Exportações impulsionam geração de empregos
Exportação eleva contratações e massa salarial

Empresas brasileiras que passam a exportar aumentam, em média, 37,6% o número de empregados, segundo o estudo “Efeito aprendizagem nas exportações: como a inserção internacional transforma as empresas brasileiras”, elaborado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).
O levantamento aponta que a entrada no mercado internacional tem impacto direto sobre a geração de empregos formais. O estudo analisou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e da Secex entre 2010 e 2019 e indica que os efeitos positivos se mantêm ao longo do tempo para empresas de diferentes portes, setores e mercados de exportação.
Embora o salário médio não tenha apresentado variação estatisticamente significativa, o aumento nas contratações elevou a massa salarial total das exportadoras. Segundo a pesquisa, “trabalhadores que permaneceram nas mesmas empresas tiveram aumentos salariais médios mais expressivos do que os de empresas não exportadoras: 31,9% nas exportadoras, contra 29,2% nas não exportadoras”.
O estudo considerou o efeito de “autosseleção”, tendência de empresas mais produtivas se tornarem exportadoras, e confirmou que há ganho real de emprego associado à exportação.
Foram analisadas mais de três mil empresas exportadoras dos setores agropecuário, extrativo e de transformação. Setores ligados a serviços, comércio e construção civil foram excluídos por não terem como atividade principal a produção de bens para exportação. A amostra incluiu apenas empresas com pelo menos cinco empregados em todos os anos, garantindo consistência à análise.
O estudo dialoga com o relatório “Perfil das Firmas Exportadoras Brasileiras”, publicado pela Secex em 2023, que mostrou que empresas exportadoras são maiores, mais qualificadas e pagam salários mais altos do que as não exportadoras.
Os novos resultados reforçam que o ato de exportar possui papel fundamental nas diferenças relacionadas ao tamanho das empresas e indicam que políticas de promoção às exportações têm potencial para impulsionar a geração de emprego formal no país.