Emater/RS-Ascar comemora 70 anos de promoção do desenvolvimento rural gaúcho com ações na Expointer
História da Extensão Rural é um dos nortes da programação comemorativa

A Emater/RS-Ascar comemora seus 70 anos no maior evento agrícola do Estado, a 48ª Expointer, e dez anos na nova área de 14 mil metros quadrados, localizada na Quadra 09, ao lado do Pavilhão da Agricultura Familiar.
A Feira acontece de 30 de agosto a 7 de setembro, e a instituição, além de apresentar 26 temáticas, promoverá diversos eventos em seu espaço, como apresentação da estimativa de safra de verão 2025/2026, do relatório socioeconômico da cadeia produtiva do leite e o Encontro Estadual da Juventude Rural.
Desenvolvimento da extensão rural
Para o presidente da Emater/RS, Luciano Schwerz, “a Expointer é mais um grande momento que a agropecuária gaúcha vive e que a Emater tem a oportunidade de mostrar e dar visibilidade ao seu trabalho de Extensão Rural e Social, justamente no ano que completamos sete décadas de caminhada junto aos nossos agricultores, transferindo tecnologia, informação e inovação no campo, cumprindo o papel que é a nossa missão de promover o desenvolvimento rural sustentável. E a Expointer é o grande palco para essa ponte, essa transferência”, destaca.
O diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, convida todos os visitantes da feira para virem até o Espaço Institucional. “O público rural pode buscar mais informações e interagir com os extensionistas enquanto o urbano conhece o que a agricultura do Rio Grande do Sul promove na produção de alimentos e na garantia de produtos saudáveis e seguros, através do trabalho da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social desenvolvido pela Emater/RS-Ascar, uma instituição que celebra 70 anos promovendo o desenvolvimento rural gaúcho”, avalia Baldissera.
70 anos de assistência técnica rural
O tema escolhido para este ano são os 70 anos da Extensão Rural e Social na promoção do Desenvolvimento Rural Gaúcho. Os visitantes poderão vivenciar vários dos momentos mais importantes desta história por meio do resgate fotográfico, textual e visual feito pelas Gerências Técnica e de Comunicação.
No local, a bibliotecária da Emater/RS-Ascar Cleusa Alves da Rocha, está recebendo os visitantes para contar a história das sete décadas e interagir. Também é possível navegar na plataforma interativa onde existem destaques da Linha do Tempo da Extensão Rural Gaúcha.
“Me sinto honrada em fazer este trabalho. Sou privilegiada em ter estas informações e fazer a preservação digital desta memória desde 2017, que é feita em parceria com a UFRGS/Cedap vinculado à Faculdade de Bibliotecomomia. Eles têm metodologias e equipamentos de ponta para a qualificação deste trabalho de preservação”, explica Cleusa.
Trajetória de apoio ao campo
A história da Extensão Rural tem no dia 2 de junho de 1955 o seu marco oficial com a fundação da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar), uma associação civil, sem fins lucrativos, com a missão de promover o desenvolvimento da agricultura e o bem-estar das famílias rurais, por meio da assistência técnica e do crédito supervisionado.
Com sede no 6º andar do Edifício Cauduro, no centro de Porto Alegre, a Ascar começa a atuar com 28 extensionistas rurais, sendo 15 mulheres (extensionistas sociais) e 13 homens (extensionistas agropecuários).
O trabalho da Ascar rapidamente se expandiu e, em 1956, são implantados os primeiros escritórios locais nos municípios de Bento Gonçalves, Canguçu, Estrela, Lajeado, Pelotas, São Lourenço do Sul, São Sebastião do Caí e Taquara, priorizando áreas com boa acessibilidade e forte adesão de pequenos produtores.
Nesse mesmo ano, firmam-se convênios e começam a funcionar os Clubes 4-S, uma das maiores e mais reconhecidas ações da Ascar junto à juventude rural. Os Clubes 4-S tinham como lema: Saber, Sentir, Saúde e Servir.
Expansão do extensionismo no Estado
Ao completar 10 anos (1965), a Ascar já contava com 42 escritórios municipais e 144 clubes 4-S distribuídos pelo Estado, com 3.448 sócios. Em 1966, a instituição passa a desenvolver ações em crédito rural educativo e a executar ações em reforma agrária, definida por meio de convênio em 17/06/1966.
Ainda na década de 1960, é criada a gráfica para permitir a produção de materiais educativos. Em 1969, foi criado o Projeto de Melhoramento da Fertilidade do Solo, mais conhecido como Operação Tatu, que preconizava a aplicação de calcário para melhorar a acidez e fertilidade do solo.
Criação da Emater/RS
Outro marco importante é a criação, em março de 1977, da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS). Ambas entidades passam a atuar conjuntamente e a instituição passa a se chamar Emater/RS-Ascar.
Além disso, em 1977, foi criada a Unidade de Metodologia e Comunicação (Unimec), composta pelos setores de rádio e jornal, setor gráfico, de audiovisuais e de metodologia e estratégia. As unidades móveis (kombis) vieram para reforçar a divulgação institucional junto às comunidades, com o carro de som emitindo os avisos de reuniões e informações.
Ações ambientais
Durante os anos 1980, a Emater/RS-Ascar passou a integrar programas ambientais como o Pró-Guaíba (1980) e o Próvárzeas (1981).
Em 1982, entra em prática o Projetão, com o objetivo de aumentar o volume da produção e os índices de produtividade da agricultura gaúcha, através da transferência de tecnologia agropecuária e gerencial.
Produção de dados técnicos
Outro momento importante foi em 1988 quando da incorporação, pela Instituição, dos serviços de classificação de produtos de origem vegetal, que antes eram executados pelo governo estadual e passaram a ser desenvolvidos pela Emater/RS-Ascar.
A década encerra com a criação do Informativo Conjuntural, em 1989, documento que reúne dados agropecuários, relacionando produção, preços, clima, análises de mercado e perspectivas de safra.
Ações de agroecologia
Os anos 90 são lembrados pelo Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, o RS Rural, o Projeto Estadual de Agroecologia e a ampliação de ações com povos indígenas, comunidades quilombolas, assentados da reforma agrária e pescadores artesanais, com enfoque diferenciado e respeito à diversidade, além dos agricultores familiares.
Entre 2000 e 2004, a Emater/RS-Ascar executa o Planfor-Qualificar/RS, participa da fundação do Programa Rio Grande Ecológico (2001), assume a presidência do Ceas e implanta ações sistemáticas com pescadores artesanais. Destacam-se ainda o Profruta (2003), o Programa Estadual de Pecuária Familiar (2004) e o fortalecimento da atuação no Pnae.
Fomento à biodiversidade
Após 2011, a Instituição executa o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, o Projeto RS Biodiversidade e passa a fortalecer ações de recuperação ambiental. Também são criadas as Unidades de Cooperativismo (UCPs) para organização de agricultores familiares.
A partir de 2020, os destaques são o desenvolvimento do Programa Pró-Milho/RS, o surgimento do Boletim Integrado Agrometeorológico e o desenvolvimento de projetos de conservação de nascentes com o Sicredi e com a Sema para recuperação de APPs nas bacias do Gravataí e Sinos.
Apoio às comunidades
A Emater/RS-Ascar também desenvolve o Relatório Técnico com o Perfil das Mulheres Rurais do RS e o Diagnóstico das Comunidades Quilombolas em 2022 e, em 2024, o Diagnóstico das Aldeias Guarani.
No ano de 2024 se destaca o lançamento do Programa Young Farmers - intercâmbio internacional com jovens agricultores - e o início do Projeto ABC+ RS. Em 2025 entra em operação o Programa Terra Forte, voltado à recuperação produtiva e resiliência climática da agricultura familiar.