Clima favorece avanço da semeadura do milho
Preço médio do milho sobe para R$ 62,37

O início da safra 2025/2026 de milho no Rio Grande do Sul ocorre de forma gradual, conforme o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (21) pela Emater/RS-Ascar. Segundo o boletim, a implantação das lavouras está sendo conduzida em conformidade com as condições climáticas e com as orientações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
Desde o início de agosto, têm predominado as operações de preparo do solo e a dessecação das áreas destinadas ao cultivo. “A semeadura foi iniciada em localidades de menor suscetibilidade à ocorrência de geadas”, destacou o informativo. As condições recentes de tempo seco, insolação e aumento gradual das temperaturas do solo favoreceram o avanço do plantio, criando ambiente propício para o estabelecimento das lavouras.
O documento aponta tendência de expansão da área cultivada em comparação à safra anterior. Esse movimento é associado “aos resultados satisfatórios alcançados na última safra, aos programas de fomento, à necessidade de rotação de culturas e à adoção de estratégias de manejo voltadas à mitigação da variabilidade climática”.
A Emater/RS-Ascar realiza levantamento de campo para estimar a área cultivada e o potencial produtivo. Os dados consolidados serão divulgados em 2 de setembro, durante a 47ª Expointer, em Esteio. Na safra 2024/2025, a produtividade estadual de milho, segundo o IBGE, foi de 7,37 t/ha em uma área total de 711,1 mil hectares.
Na Fronteira Oeste, o aumento da temperatura do solo impulsionou a implantação das lavouras. Em Maçambará, cerca de 750 hectares foram semeados, principalmente sob irrigação. Em São Borja, já foram implantados aproximadamente 4,5 mil hectares, sobretudo em propriedades que planejam uma segunda safra após a colheita do milho precoce. A Emater/RS-Ascar ressalta que, no município, “semeaduras realizadas nos dois primeiros decêndios de agosto apresentam historicamente desempenho superior em termos de produtividade, já que atrasos expõem os cultivos a maior risco de estiagens durante o estádio reprodutivo”.
Na região de Caxias do Sul, o solo está em fase de preparo, com início do plantio previsto para setembro, seguindo o calendário recomendado. Há expectativa de pequeno acréscimo na área em relação à safra anterior.
Em Erechim, muitos agricultores estão utilizando recursos próprios para o cultivo, alegando que crédito e seguro agrícola apresentam custos elevados. O plantio começou em áreas de menor risco de geadas.
Na região de Ijuí, a semeadura avançou intensamente na última semana, sobretudo nos municípios da Região Celeiro. Nos demais, os produtores aguardam a elevação das temperaturas para iniciar a implantação. O manejo químico com herbicidas está sendo concluído.
Na região de Santa Rosa, estima-se que 40% da área já esteja implantada. Algumas lavouras mais precoces apresentam adequada emergência das plantas. Até o momento, não há registros de cigarrinha, mas os agricultores foram orientados a monitorar os cultivos.
Em Soledade, o preparo do solo foi intensificado. Conforme o Zarc, a semeadura começou em 1º de setembro nos municípios de baixa altitude do Baixo Vale do Rio Pardo e, a partir do dia 11, nos demais. Em Rio Pardo e Candelária, mais de 50% do previsto já foi implantado. Segundo o boletim, observa-se tendência de ampliação da área “impulsionada pela utilização de cultivares de ciclo precoce e pela semeadura antecipada, estratégia voltada à redução dos riscos de estiagens e de altas temperaturas no final do ano”.
No mercado, a Emater/RS-Ascar registrou elevação de 0,84% no preço médio estadual do milho, que passou de R$ 61,85 para R$ 62,37 a saca.