Milho rompe piso de US$ 4 em Chicago com safra robusta
Mercado internacional do milho segue pressionado

O mercado internacional do milho segue pressionado pela boa condição das lavouras norte-americanas. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos do primeiro mês voltaram a operar abaixo da barreira psicológica dos US$ 4,00/bushel. No dia 23/07, chegaram a US$ 3,98 e fecharam a quinta-feira (24/07) cotados a US$ 4,01/bushel, contra US$ 4,02 na semana anterior.
De acordo com a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário – CEEMA, 74% das lavouras de milho nos Estados Unidos estão em condição boa a excelente. Apenas 6% das plantações são classificadas como ruins ou muito ruins. Essa realidade vem garantindo um cenário de maior oferta global, pressionando as cotações.
Apesar da boa condição no campo, os embarques dos EUA ficaram abaixo do esperado na semana encerrada em 17 de julho. Foram exportadas 983,6 mil toneladas, número que, embora fraco, ainda garante um desempenho anual 29% superior ao registrado no mesmo período de 2024. A demanda, contudo, permanece um fator de atenção no curto prazo.
No Brasil, o avanço da colheita da segunda safra também contribui para o viés de baixa nos preços. Segundo o CEEMA, a colheita da safrinha atinge 55,5% da área, segundo dados da Conab. No mesmo período do ano passado, o índice era de 79,6%. O ritmo mais lento se repete em estados como Mato Grosso (77,3%) e Paraná (53%).
As exportações brasileiras, por sua vez, ainda não embalam. Nos primeiros 14 dias de julho, o país embarcou apenas 900,1 mil toneladas de milho, o que representa 25,3% do total exportado no mesmo mês de 2024. A média diária apresenta queda de 58,4%. Apesar disso, o preço médio da tonelada exportada subiu 9% em um ano, passando de US$ 197,20 para US$ 214,90.
Com projeções que variam entre 136 e 150 milhões de toneladas de produção total no Brasil, e até 110 milhões só na safrinha, o cenário é de oferta ampla. Diante disso, os preços devem continuar pressionados nos próximos meses, principalmente se as exportações não reagirem com mais força. A recuperação dependerá, sobretudo, de movimentações cambiais e do apetite da demanda internacional.