Colheita no Brasil pressiona mercado e preços caem
Tanto o café robusta quanto o arábica vêm registrando desvalorizações

Os preços do café no mercado brasileiro seguem em queda acentuada, refletindo a intensificação da colheita nacional e a ampliação da oferta disponível. Tanto o café robusta quanto o arábica vêm registrando desvalorizações expressivas, mesmo diante de um cenário de estoques globais ainda limitados.
Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), desde o pico histórico alcançado em 23 de janeiro de 2025, o Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, acumulou queda de R$ 1.035,35 por saca de 60 kg — o equivalente a 49,3% de desvalorização. Já o arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, perdeu R$ 1.008,36 por saca desde o recorde de R$ 2.769,45 registrado em 12 de fevereiro, uma redução de 37,5%.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, o avanço consistente da colheita no Brasil tem sido o principal fator de pressão sobre os preços. Com maior volume disponível no mercado físico, as cotações não resistem, mesmo com a persistência de estoques enxutos tanto no Brasil quanto no exterior.
As condições climáticas favoráveis têm contribuído para o bom andamento dos trabalhos de campo, o que eleva a expectativa de uma safra robusta em 2025. No caso do café robusta, a colheita já se aproxima do fim em várias regiões produtoras, o que reforça o impacto imediato no mercado spot.
O comportamento dos preços em meio a estoques limitados revela a forte influência da oferta pontual nas negociações. O mercado, que até o início do ano operava em patamares recordes, agora lida com uma realidade de retração acelerada e cautela por parte dos produtores.