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Café: quais são os danos potenciais do clima no Vietnã

Abril é crucial para observar mudanças na precipitação



Foto: Pixabay

O relatório emitido pela Hedgepoint Global Markets analisou a situação climática atual no Vietnã e seu potencial impacto na safra de café 24/25 do país. O destaque está na relação entre a precipitação e a produtividade, com a correlação atingindo seu pico em julho. Abril é crucial para observar mudanças na precipitação, pois marca o início da estação chuvosa, que influencia a fase de florada.

Os níveis atuais de precipitação no Planalto Central estão em apenas um terço do volume esperado, o que não é o menor nos últimos dez anos. Em 2014, a região experimentou apenas 13% dos níveis normais, indicando um potencial para déficits mais severos.
 
Se a tendência atual continuar, a safra 24/25 pode ser ameaçada pelo quadro de chuvas inconsistentes. Dados históricos sugerem uma possível redução de 2% nos rendimentos para o ciclo 24/25 em comparação com o ciclo 23/24, caso a situação persista.
 
No entanto, os modelos de previsão de chuvas sugerem melhoria nas próximas duas semanas, oferecendo potencial de recuperação e destacando a importância de monitorar os níveis de precipitação e seu efeito no desenvolvimento da safra.
A Hedgepoint Global Markets aborda, em relatório semanal, a situação atual do clima no Vietnã, observando os possíveis impactos para o desenvolvimento da safra de café 24/25 no país.

“Primeiramente, é importante estabelecer a relação entre o clima e a variação da produtividade: a Figura 1 mostra a correlação entre a precipitação acumulada e os rendimentos, considerando dados dos últimos 7 anos, apresentados em uma média móvel de 10 dias. A correlação naturalmente aumenta a partir de abril, atingindo o pico na primeira semana de julho. O maior ganho na correlação ocorre ao longo de abril, o que exige atenção ao chegarmos ao final do mês, pois a partir desse momento temos ganhos decrescentes na correlação. Após julho, o índice começa a diminuir em direção ao final do desenvolvimento, pois os níveis de precipitação mais próximos à colheita não são tão relevantes quanto durante a fase de florada e de enchimento dos frutos”, observa Natália Gandolphi, analista de Café da Hedgepoint.

Portanto, ainda há algumas semanas à frente do período atual para atingir o pico de correlação entre precipitação e rendimentos. Porém, mesmo em abril, temos uma relação importante, observada na Figura 2: níveis mais altos de precipitação historicamente se correlacionam com o crescimento ano a ano na produtividade total. É claro que outros fatores também entram em jogo, mas a consistência nos níveis de chuva se apresenta como um dos principais fatores a serem analisados neste período.

Abril marca o início da estação chuvosa que definirá a produção dentro do mesmo ano, com volumes aumentando nos próximos 5 meses, compreendendo as fases de florada e enchimento dos frutos.

“Neste cenário, considerando os dados disponíveis até agora para este ciclo e a relação já presente entre os níveis de precipitação e produtividade, o déficit de chuvas apontaria para uma diminuição de 2% na produtividade, comparando o ciclo 23/24 com o ciclo 24/25”, pontua.

Natália analisa também que, atualmente, “a região do Planalto Central está registrando chuvas com apenas um terço do volume esperado até o dia 23 de abril – ainda assim, esse não é historicamente o menor nível registrado nos últimos 10 anos. Em 2014, o volume acumulado foi de apenas 13% dos níveis normais para o período!”, ressalta.

E conclui: “Consequentemente, ainda existe tempo para recuperação – e os modelos de previsão de precipitação sugerem que as chuvas de fato aumentarão nas próximas duas semanas. Porém, se o cenário atual persistir, o desenvolvimento da safra 24/25 pode de fato ser ameaçado pelo quadro de chuvas inconsistentes”.

Em resumo, este relatório examina a situação climática atual no Vietnã e seu possível impacto na safra 24/25. Há uma forte correlação entre a precipitação e os rendimentos, com pico em julho, e abril é crucial para retornos positivos da correlação entre chuvas e produtividade.

O volume pluviométrico é essencial para as fases de florada e enchimento dos frutos, e o acumulado atual está em apenas um terço do esperado na região do Planalto Central. Se a situação atual persistir, a safra 24/25 pode ser ameaçada pelo quadro de chuvas inconsistentes: dados históricos mostram potencial para uma diminuição de 2% nos rendimentos em comparação com o ciclo 23/24. No entanto, os modelos sugerem que a chuva melhorará nas próximas duas semanas, o que será observado de perto pelo mercado, como um indicador de suporte para Londres e, em menor medida, para Nova York.

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