Trigo: Produtores do RS consideram preços futuros atrativos
Em Santa Catarina, o mercado segue estável há semanas

Segundo informações da TF Agroeconômica, os produtores de trigo do Rio Grande do Sul já veem com bons olhos os preços futuros da safra nova, atualmente em torno de R\$ 1.300,00 FOB. Apesar da queda nos valores do disponível – com negócios reportados a R\$ 1.360,00 em cooperativa do centro do estado – há expectativa de valorização no segundo semestre, especialmente com a redução da oferta estadual e a inexistência de estoques relevantes no Paraná.
O mercado nas Missões, onde o plantio começa nos próximos dias, aponta para uma redução superior a 30% na área cultivada. O cenário é marcado por um uso restrito de insumos: produtores devem utilizar sementes guardadas e aplicar ureia, sem uso de adubo. Caso os preços não melhorem nos próximos 30 a 40 dias, a área de plantio em 2025 pode se tornar imprevisível. Enquanto isso, o trigo branqueador é ofertado a R\$ 1.600,00 FOB, mas sem compradores. Em Panambi, os preços da pedra recuaram para R\$ 72,00/saca.
Em Santa Catarina, o mercado segue estável há semanas, com valores fixos nas principais praças: R\$ 78,00/saca em Canoinhas, R\$ 75,00 em Chapecó e até R\$ 80,00 em Rio do Sul e Xanxerê. A moagem está reduzida e os negócios limitados. No Paraná, poucos negócios foram registrados. A chegada de quatro navios de trigo argentino neste mês evidencia tanto a escassez de trigo nacional de qualidade quanto a alta demanda por farinha panificável. A importação se dá a preços em torno de R\$ 1.520,00 no porto, enquanto o trigo local varia entre R\$ 1.550,00 e R\$ 1.650,00 CIF.
A média de preços da pedra no Paraná recuou 0,13% na semana, ficando em R\$ 79,74/saca, conforme dados do Deral. Ainda assim, o lucro médio do produtor, considerando o custo de produção de R\$ 73,53/saca, permanece positivo em 8,44%. Mesmo com margens apertadas e oscilações de mercado, os sinais de menor oferta e aumento na demanda sustentam expectativas de valorização futura para o trigo nacional.