Mercado de trigo segue retraído no Sul do Brasil
Em Santa Catarina, o cenário permanece travado

O mercado de trigo no Sul do Brasil apresentou novas sinalizações de retração nesta semana, influenciado pela oferta limitada no disponível, preços de importação e pela cautela de compradores. Segundo a TF Agroeconômica, o Rio Grande do Sul segue com pouca disponibilidade do cereal, reflexo de moinhos ainda longos e vendedores resistentes a negociar nos níveis atuais. No mercado interno, as indicações giraram em torno de R$ 1.250,00 no interior para compras e R$ 1.300,00 para vendas, com prazos de retirada em setembro e pagamento em outubro.
No estado gaúcho, os preços futuros voltaram a perder fôlego, com compradores apontando R$ 1.100,00 no interior, mas sem interesse do vendedor nesse patamar. Já para exportação, valores de dezembro giraram em R$ 1.200,00, com a possibilidade de entrega de trigo de ração com deságio de 20%. Além disso, está previsto para o dia 27 a chegada ao porto de Rio Grande do navio ES Jasmine, trazendo 30 mil toneladas de trigo argentino.
Em Santa Catarina, o cenário permanece travado, com o trigo local ainda sem ofertas e o gaúcho aparecendo como alternativa, tanto da safra velha (R$ 1.165 a R$ 1.300 FOB + ICMS) quanto da nova (R$ 1.150 a R$ 1.200), mas sem efetivação de negócios. Os preços pagos aos produtores catarinenses variaram entre estabilidade e leves ajustes, com destaque para Canoinhas, onde houve alta para R$ 75,67/saca, enquanto Xanxerê registrou recuo para R$ 75,00.
Já no Paraná, mesmo com o dólar estável, o mercado segue retraído. Moinhos indicaram R$ 1.350,00 CIF para o trigo local, mas ainda sem liquidez. Em Ponta Grossa, as negociações apontaram comprador a R$ 1.400,00 CIF, entrega em outubro. Importados seguem pressionando, com trigo paraguaio ofertado a US$ 250/260 CIF em diferentes regiões do PR e SC, e trigo argentino nacionalizado a US$ 269 Porto PR. Os preços pagos aos produtores recuaram 1,73% na semana, para R$ 73,34/saca.