Boi-milho recua e impacta confinamento no Mato Grosso
Alta do milho reduz atratividade do confinamento

A expectativa de redução no volume de animais confinados em Mato Grosso marca o primeiro levantamento de intenção de confinamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em abril de 2025. Segundo o estudo divulgado nesta segunda-feira (19), os pecuaristas do estado devem terminar 669,44 mil cabeças neste sistema, o que representa uma queda de 7,65% em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com o Imea, 69,57% dos pecuaristas entrevistados afirmaram que pretendem realizar confinamento neste ano. A maioria dos animais deve ser terminada no segundo trimestre, comportamento que difere do padrão observado em anos anteriores. No entanto, o instituto pondera que esse cenário pode se alterar nos próximos levantamentos, a depender do desempenho do mercado no segundo semestre.
“O avanço do preço do boi gordo pode estimular novos giros e aumentar o volume confinado ao longo do ano”, avalia o relatório.
Os custos operacionais também impactam diretamente o planejamento dos confinadores. A diária de confinamento, que estava em R$ 11,84 por cabeça/dia, subiu para R$ 12,42, puxada principalmente pela valorização do milho. Em abril, o cereal foi cotado, em média, a R$ 71,66 a saca, uma alta de 44,24% provocada pela menor oferta da safra 2023/24.
Com esse aumento, a relação de troca entre boi gordo e milho sofreu queda. Em abril de 2025, foram necessárias 4,42 sacas para adquirir uma arroba, enquanto no mesmo período do ano anterior a relação era de 5,41 sacas por arroba, uma redução de 18,30%.
Além do milho, os confinadores seguem atentos aos custos com reposição de animais e insumos, que permanecem como pontos de maior pressão nos custos da atividade.