Consultoria recomenda cautela aos produtores
A aposta em uma possível valorização futura deve ser limitada

Segundo análise da TF Agroeconômica, o mercado da soja segue pressionado por fatores políticos e climáticos, especialmente nos Estados Unidos, onde o Congresso bloqueou um projeto que prorrogaria os créditos fiscais (45Z) para produtores de biodiesel. Essa medida, ainda não definitiva, gerou impacto negativo nas cotações. No entanto, a consultoria vê espaço para um otimismo moderado: o aumento dos estoques mundiais (exceto China) foi de apenas 1 milhão de toneladas, número considerado baixo e que pode ser rapidamente afetado por oscilações na demanda global, seja com a aprovação de subsídios nos EUA, a volta do B15 no Brasil ou aumento do consumo na Europa.
A TF recomenda cautela aos sojicultores. Com os atuais preços oferecendo margens lucrativas, a orientação é vender a maior parte da safra para garantir retorno sobre os custos. A aposta em uma possível valorização futura deve ser limitada a, no máximo, 10% da produção a ser colhida, de forma a não comprometer a saúde financeira do produtor em caso de queda nos preços.
Entre os fatores de alta estão o crescimento das exportações brasileiras de soja e farelo, conforme atualização da ANEC, e a expectativa de maior uso de biodiesel em países como Brasil, Índia e EUA, o que pode impulsionar os preços futuros. Já os fatores de baixa incluem o aumento da produção no Brasil e na Argentina, que somam 3,47 milhões de toneladas extras, além do ritmo acelerado de vendas dos produtores e a possível redução no uso obrigatório de biodiesel nos EUA. Soma-se a isso o bom andamento da safra americana 2025/26, em condições climáticas favoráveis, que contribui para manter o mercado em equilíbrio, apesar das incertezas.