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Exportações do agronegócio superam US$ 82 bilhões

Valor representa uma leve queda de 0,2% em comparação com o mesmo período de 2024


Foto: Pixabay

O agronegócio brasileiro segue demonstrando resiliência em 2025, mesmo diante de um cenário desafiador. Fatores como o surto de gripe aviária registrado em maio e a imposição de tarifas pelos Estados Unidos trouxeram preocupações ao setor, mas as exportações seguem firmes e sustentando o desempenho do comércio exterior.

De acordo com informações divulgadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Comércio Exterior (Siscomex), o faturamento das exportações do agronegócio no primeiro semestre deste ano alcançou mais de US$ 82 bilhões. O valor representa uma leve queda de 0,2% em comparação com o mesmo período de 2024. O volume embarcado recuou 2,9% no mesmo intervalo, mas o avanço de 2,7% nos preços em dólar ajudou a sustentar a receita.

Outro fator que favoreceu o setor foi a desvalorização de 5,7% do câmbio médio, o que resultou em valorização de 10% nos preços convertidos para o real. Com isso, o faturamento interno apresentou crescimento de 5%. Pesquisadores do Cepea destacam ainda que carnes bovina e suína, óleo de soja, celulose e algodão registraram alta nos embarques, enquanto café e suco de laranja se destacaram com elevação expressiva dos preços.

No caso da carne bovina, mesmo com as tarifas impostas pelos EUA, os embarques cresceram no semestre, impulsionados pelas compras da China, México, Chile e de outros países asiáticos. Já a carne de frango teve embarques temporariamente afetados pelo episódio de gripe aviária confirmado em Montenegro (RS), no dia 15 de maio. Após a rápida adoção dos protocolos internacionais, o Brasil recuperou o status de livre da doença em 18 de junho. Mesmo assim, grandes compradores como China e União Europeia só retomaram as compras no final do semestre. Ainda assim, o setor conseguiu manter os volumes estáveis e garantir crescimento de 4,5% no faturamento, favorecido pela alta de quase 5% no preço médio em dólar.

Para os próximos meses, a expectativa é de que os preços do café e do suco de laranja permaneçam elevados, devido à oferta mundial restrita e à demanda aquecida. Já grãos como soja, milho e trigo devem ser impactados pelas colheitas do Hemisfério Norte, especialmente nos Estados Unidos e na Ucrânia.

Os especialistas do Cepea ponderam que os efeitos das tarifas norte-americanas sobre a economia global ainda são incertos, mas destacam que a ausência de retaliações mais amplas abre espaço para uma reorganização no comércio internacional. Esse cenário pode favorecer o Brasil, que tem oportunidade de ampliar parcerias e manter a expansão das exportações agrícolas, reforçando seu papel como protagonista no abastecimento mundial de alimentos, fibras e energia.

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