Fertilizantes especiais crescem

Em 2023, o mercado de fertilizantes especiais teve um crescimento moderado, alcançando um aumento médio de 2% e um faturamento total de R$ 22,642 bilhões. Isso foi revelado pelo relatório da Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) em seu décimo Anuário. A decisão de compra dos produtores foi adiada, afetando a logística de entrega dos insumos. Além disso, as condições climáticas, especialmente influenciadas pelo fenômeno "El Niño", reduziram a janela de plantio da soja e impactaram a safra de milho subsequente.

Levrero enfatiza a importância dos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), representando cerca de 2,8% do faturamento do setor nos últimos nove anos. O Anuário da Abisolo destaca tendências como contração nos segmentos de Fertilizantes Organominerais (-20,7%) e Fertilizantes Orgânicos (-7,2%), enquanto Biofertilizantes (+5,6%) e Fertilizantes Minerais Especiais (+8,3%) registraram crescimento, indicando maior adoção de produtos premium. Quanto aos modos de aplicação, produtos via sementes (+8,47%) e via folha (+8,70%) destacaram-se, enquanto aplicação via solo (-1,79%) e via fertirrigação/hidroponia (-41,3%) sofreram redução no faturamento.

Em 2023, Minas Gerais permanece como o maior consumidor de fertilizantes especiais (19,3%), apesar de uma leve redução em comparação com 2022. Outros estados como Mato Grosso (14,9%), Mato Grosso do Sul (5,9%), Espírito Santo (2,9%), Maranhão (2,1%), Santa Catarina (1,6%) e Piauí (1,5%) aumentaram suas participações. São Paulo (16,8%), Bahia (5,9%) e Rio Grande do Sul (4,6%) mantiveram-se estáveis. O crescimento do mercado reflete a resiliência do setor frente a desafios logísticos e climáticos, além da busca por inovação e adoção crescente de produtos de alta qualidade pelos agricultores brasileiros.